São Paulo, domingo, 23 de novembro de 2008

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BIA ABRAMO

"House" do mundo do crime


Não há mistério cabeludo que resista aos poderes do novo "The Mentalist"

PROMESSA: é a última coluna a falar de séries por algum tempo. É que, na TV aberta, a dramaturgia anda girando em falso: as oito novelas no ar são aquilo que já conhecemos e não estamos falando aqui apenas nas reprises.
E os especiais da Globo estarão todos convenientemente espremidos no final do ano, quando ninguém tem tempo nem paciência de se botar diante da TV. Por outro lado, na TV por assinatura, o final de outubro e o início de novembro marcam a época de estréias de novas temporadas e séries inéditas -além, é claro, do fim das intermináveis reprises. Enquanto nada de novo acontece na TV aberta, a elas, portanto.
A melhor série nova atende pelo nome de "The Mentalist" (algo como o leitor de mentes). Dispensando as evidências periciais de "CSI" ou a truculência justiceira de "Law and Order", o investigador Patrick Jane soluciona casos apenas com seu (enorme, clarividente) poder de observação.
Nem um detetive "comme il faut" o cara é: tem um passado meio vergonhoso de médium televisivo de araque. Contratado como um consultor independente, despreza os métodos tradicionais da agente Teresa Lisbon, uma policial aplicada e ciosa das regras.
Claro que o "leitor de mentes" é charmoso, arrogante e praticamente infalível, por mais cabeludo que pareça o caso. Se alguém pensou em House, acertou.
Da mesma maneira que o mais perspicaz médico que já passou pelas séries, Patrick Jane é um individualista com um dom especial. Só que, ao contrário de House, movido apenas pelo prazer de estar certo, Jane procura, na verdade, o assassino serial que matou sua família, cuja marca tenebrosa é um Smiley desenhado com o sangue das vítimas.
É o aspecto mais tolo da série, mas o sarcasmo do protagonista e o cuidado na produção (quem está por trás é Bruno Heller, da excelente "Roma") por ora, ao menos, compensam o sentimentalismo.
Entre as velhas, é muito bem-vinda a nova temporada da comédia "The Big Bang Theory". É uma daquelas "pequenas grandes" séries -pouca produção e pretensão, mas roteiro ótimo e elenco que vai, aos poucos, impondo seu humor. Dois amigos, físicos talentosos e nerds em último grau, daqueles que ainda são trekkers, passam a ser vizinhos de uma moça bonita, gostosa e "normal". Caricato, sim, mas inteligente e com piadas afiadíssimas. Vale, fácil, a meia hora de exibição.

biabramo.tv@uol.com.br


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