São Paulo, terça-feira, 23 de novembro de 2010

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Casa no Porto monta independentes e recebe R$ 11 mi

DO ENVIADO AO PORTO

Mantido pelo Estado, o Teatro Nacional São João, no Porto, funciona num regime que casa montagens próprias, coproduções com grupos independentes portugueses e acolhimentos de espetáculos estrangeiros.
Em 2010, recebeu do governo federal 4,9 milhões (R$ 11,5 mi). A título de comparação, os financiamentos anuais e quadrienais concedidos pelo Ministério da Cultura português a companhias novas e veteranas vão de 10 mil (R$ 23,4 mil) a 400 mil (R$ 938 mil).
Não há leis municipais de incentivo à atividade teatral, como a Lei de Fomento ao Teatro de São Paulo.
Existe uma lei de mecenato, nos moldes da Rouanet brasileira (com o direcionamento à produção cultural de parte do IR devido por pessoas jurídicas). Segundo produtores e diretores, entretanto, as empresas preferem patrocinar exposições e concertos, eventos a que a elite portuguesa acode mais.
O teatro, sobretudo aquele realizado fora dos salões dos teatros nacionais, é programa de jovens e da classe média intelectualizada.
Na esteira da Revolução dos Cravos, em 1974, que iniciou o processo de restabelecimento da democracia, houve um "boom" de trupes independentes, que buscavam se contrapor ao academicismo dos teatros nacionais -além do São João, há o D. Maria II, em Lisboa. Agora, diz o diretor Jorge Silva Melo, os perrengues econômicos forçam uma reaproximação. Não sem ruídos.
"Cria-se uma vanguarda "soft", que empresta uma certa graça aos clássicos, mas não tem espaço para fazer o dramaturgo desconhecido de 22 anos", diz. "É uma armadilha. O excesso de meios [no teatro nacional] pode desconcentrar os encenadores, que talvez não saibam lidar com tanta fartura. E alguns espetáculos se deixam domesticar", corrobora o crítico Jorge Louraço. (LN)


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