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Gorin se tornou
bússola política
de cineasta
DE SÃO PAULO
Filho de um pediatra,
Jean-Pierre Gorin foi parar
no cinema levado pelo
acaso. E por Godard.
Ele escrevia para o caderno literário do jornal
"Le Monde" e tinha fundado os cadernos marxistas-leninistas quando, num
jantar, em 1967, foi apresentado ao cineasta na casa de amigos.
Seu desejo de "lutar
contra a cultura burguesa"
fez, de pronto, a cabeça do
autor de "Acossado"
(1959). Viraram, rapidamente, unha e carne.
Foi Gorin quem guiou
Godard ao seio do maoismo à francesa e quem
acompanhou-o em seus
maiores delírios cinematográficos, como "Vento do
Leste" (1970).
Durante as filmagens de
"Vento do Leste", Gorin
fugiu do hospital, onde estava internado em decorrência de um acidente de
moto, para "salvar" Godard, na Itália.
"Gorin se tornou, naquele momento, a consciência de Godard, a sua
bússola política", escreve
Antoine de Baecque, na
biografia do cineasta francês. O próprio Gorin chegou a rir dessa relação para lá de intensa. "Sou a Yoko Ono do cinema."
Uma mulher de Godard
chegou a pedir o divórcio
por causa da amizade entre os dois. Gorin e Godard
romperam nos anos 70,
mas, recentemente, voltaram a se falar.
(APS)
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