São Paulo, terça-feira, 23 de novembro de 2010

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Gorin se tornou bússola política de cineasta

DE SÃO PAULO

Filho de um pediatra, Jean-Pierre Gorin foi parar no cinema levado pelo acaso. E por Godard.
Ele escrevia para o caderno literário do jornal "Le Monde" e tinha fundado os cadernos marxistas-leninistas quando, num jantar, em 1967, foi apresentado ao cineasta na casa de amigos.
Seu desejo de "lutar contra a cultura burguesa" fez, de pronto, a cabeça do autor de "Acossado" (1959). Viraram, rapidamente, unha e carne.
Foi Gorin quem guiou Godard ao seio do maoismo à francesa e quem acompanhou-o em seus maiores delírios cinematográficos, como "Vento do Leste" (1970).
Durante as filmagens de "Vento do Leste", Gorin fugiu do hospital, onde estava internado em decorrência de um acidente de moto, para "salvar" Godard, na Itália.
"Gorin se tornou, naquele momento, a consciência de Godard, a sua bússola política", escreve Antoine de Baecque, na biografia do cineasta francês. O próprio Gorin chegou a rir dessa relação para lá de intensa. "Sou a Yoko Ono do cinema."
Uma mulher de Godard chegou a pedir o divórcio por causa da amizade entre os dois. Gorin e Godard romperam nos anos 70, mas, recentemente, voltaram a se falar. (APS)


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