São Paulo, segunda, 23 de novembro de 1998

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BLACK SABBATH
"Somos a raíz de tudo"

A banda Black Sabbath, que, após 20 anos, lança CD, com sua formação original, "Reunion", gravado ao vivo BRUNO GARCEZ
da Reportagem Local

A última vez que eles estiveram juntos foi há 20 anos com o álbum "Never Say Die".
Agora, o Black Sabbath ressurge com sua formação original -Ozzy Osbourne (vocal), Tony Iommi (guritarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria)- em um álbum duplo gravado ao vivo, "Reunion", e se prepara dar início a uma turnê de sete semanas pelos EUA. O disco traz gravações feitas em 97 em Birmingham, Inglaterra, cidade natal da banda.
"Reunion" contém clássicos do Sabbath, como "War Pigs" "N.I.B." e "Snowblind".
Em entrevista à Folha, por telefone, Tony Iommi falou sobre os motivos que possibilitaram, após numerosas tentativas, a reunião do Sabbath original.
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Folha - Há vários anos vocês tentam se reunir. Por que só conseguiram agora?
Tony Iommi -
Éramos de diferentes gravadoras, tínhamos diferentes advogados, diferentes agentes. Mas, quando nos reunimos no Ozzfest no ano passado -festival organizado por Ozzy Osbourne- sentimos que a vibração foi grande e que poderíamos voltar. Tivemos muitos desentendimentos no passado. Mas, hoje, provavelmente nos damos melhor do que nos anos 70, época em que usávamos drogas em excesso e estávamos estafados.
Folha - A banda pretende lançar um álbum de estúdio?
Iommi -
Primeiro queremos excursionar. A turnê começa no dia 31 de dezembro em Phoenix, nos EUA. Gostaríamos de entrar no estúdio. Mas não há nada planejado.
Folha - O Sabbath foi pioneiro no uso de temas satânicos em letras. Vocês participavam de ritos demoníacos, como diziam na época?
Iommi -
Eram temas que nos interessavam, que despertavam nossa curiosidade. Nossas letras sempre nos renderam problemas com a Igreja. Até hoje, religiosos fanáticos dão plantão na porta dos locais em que damos shows. Devo frisar, no entanto, que nunca participamos de cultos ou rituais satânicos.
Folha - Quais as bandas atuais de heavy metal que o agradam?
Iommi -
Não ouço tanto heavy metal assim. Gosto de guitarristas de jazz, como Joe Pass e Kenny Burrell. Aprecio Pantera e Sepultura, mas ainda não os ouvi após a saída de Max (Cavalera).
Folha - A que atribui o fato de o Sabbath ter sido citado como influência por artistas tão distintos como Marylin Manson, Foo Fighters e Kurt Cobain, do Nirvana?
Iommi -
É natural. Somos a raíz disso tudo. Nunca nos consideramos uma banda de metal, mas sim um grupo de rock pesado.
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Disco: Reunion Banda: Black Sabbath Lançamento: Sony Music Quanto: R$ 36, em média (duplo)


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