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"Fatia" do MoMA vira febre na capital alemã
DO ENVIADO A BERLIM
Apesar de apresentar uma
bienal de arte contemporânea, que sempre atrai as
atenções de uma cidade,
Berlim vive uma outra febre.
"Das MoMA in Berlin" (O
MoMA em Berlim), mostra
inaugurada na última sexta
na capital alemã, na Neue
Nationalgalerie, tornou-se o
centro das atenções.
Com 200 obras do Museu
de Arte Moderna de Nova
York (MoMA), a exposição
revela-se superlativa. A começar pelo custo: 9 milhões (cerca de R$ 33 milhões), sendo que 1 milhão
foi para o marketing, fato
que gerou críticas nos jornais alemães. "É a nostalgia
da Luftbrücke [ponte aérea]", escreveu Hanno Rauterberg, no "Die Zeit", referindo-se à Guerra Fria,
quando americanos, por
conta do bloqueio soviético
em Berlim (1948-49), abasteciam a cidade por aviões. A
mostra, paga pelo governo
alemão, precisa de mais de
700 mil visitantes para que
não seja deficitária.
Uma carta de Colin Powell,
secretário de Estado dos
EUA, foi distribuída aos
mais de 300 jornalistas que
estavam na abertura. "Esse
evento cultural é mais uma
prova dos fortes vínculos entre os EUA e a Alemanha,
tanto nas artes como em outras áreas", escreveu Powell.
A mostra faz um panorama bem completo da arte no
século 20, desde os pós-impressionistas, como Paul Cézanne, com "O Banhista"
(1885), passando pelos clássicos-modernos, como Picasso, com "Três Músicos"
(1921), até o pintor contemporâneo Gehard Richter,
que comparece com "18 de
outubro de 1977" (1988).
Entretanto a estrela mesmo é o próprio MoMA, já
que a maior sala do museu
alemão se transformou em
loja com produtos com a
marca MoMA. Sem dúvida,
há uma nostalgia da Luftbrücke na cidade.
(FCY)
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