São Paulo, terça-feira, 24 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Fatia" do MoMA vira febre na capital alemã

DO ENVIADO A BERLIM

Apesar de apresentar uma bienal de arte contemporânea, que sempre atrai as atenções de uma cidade, Berlim vive uma outra febre. "Das MoMA in Berlin" (O MoMA em Berlim), mostra inaugurada na última sexta na capital alemã, na Neue Nationalgalerie, tornou-se o centro das atenções.
Com 200 obras do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), a exposição revela-se superlativa. A começar pelo custo: 9 milhões (cerca de R$ 33 milhões), sendo que 1 milhão foi para o marketing, fato que gerou críticas nos jornais alemães. "É a nostalgia da Luftbrücke [ponte aérea]", escreveu Hanno Rauterberg, no "Die Zeit", referindo-se à Guerra Fria, quando americanos, por conta do bloqueio soviético em Berlim (1948-49), abasteciam a cidade por aviões. A mostra, paga pelo governo alemão, precisa de mais de 700 mil visitantes para que não seja deficitária.
Uma carta de Colin Powell, secretário de Estado dos EUA, foi distribuída aos mais de 300 jornalistas que estavam na abertura. "Esse evento cultural é mais uma prova dos fortes vínculos entre os EUA e a Alemanha, tanto nas artes como em outras áreas", escreveu Powell.
A mostra faz um panorama bem completo da arte no século 20, desde os pós-impressionistas, como Paul Cézanne, com "O Banhista" (1885), passando pelos clássicos-modernos, como Picasso, com "Três Músicos" (1921), até o pintor contemporâneo Gehard Richter, que comparece com "18 de outubro de 1977" (1988).
Entretanto a estrela mesmo é o próprio MoMA, já que a maior sala do museu alemão se transformou em loja com produtos com a marca MoMA. Sem dúvida, há uma nostalgia da Luftbrücke na cidade. (FCY)


Texto Anterior: Artes plásticas: Berlim investe em estilo auto-referente
Próximo Texto: Sasha Waltz faz platéia escolher roteiro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.