São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

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Oito mulheres e quatro homens, entre 20 e 79 anos, serão os jurados; oito suplentes estão em fase de triagem

Júri do caso Michael Jackson é definido

LUCIANA COELHO
DE NOVA YORK

Os jurados que atuarão no julgamento do cantor pop Michael Jackson foram definidos, anunciou ontem o juiz Rodney Melville, que preside o caso. Caberá a um grupo de oito mulheres e quatro homens, cujas idades vão de 20 a 79 anos, decidir se o artista é ou não culpado de molestar sexualmente um menino de 13 anos em 2003.
Depois que Melville limitou o tempo de sabatina dos candidatos a jurados, a seleção acabou antes do esperado. Defesa e acusação fazem agora a triagem dos pré-candidatos para preencher oito vagas de suplentes, e, se os trâmites prosseguirem normalmente, o julgamento propriamente dito deve começar na próxima semana, com a apresentação do caso pela promotoria.
Analistas afirmam que o caso contra Jackson, 46, pode se estender por até seis meses. O processo, apelidado pela imprensa local como "o julgamento do século", teve início no último dia 31, e desde então sofreu duas interrupções -a primeira devido à morte da irmã do líder da defesa, Thomas Mesereau, e a segunda na semana passada, quando o cantor foi internado com gripe.

Brancos e hispânicos
As primeiras informações sobre o júri dão conta de que são sete brancos não-hispânicos, três hispânicos e um asiático. Fontes diferentes referem-se ao 12º membro como branco e como hispânico. "Nenhum dos jurados escolhidos é afro-americano, apesar do esforço dos advogados de defesa para garantir pelo menos um jurado negro no painel", afirma o site oficial do cantor.
Segundo a agência France Presse, uma mulher negra pré-selecionada como suplente disse que duvidava de que o cantor fosse ter um julgamento imparcial. "Como ele pode ter um julgamento imparcial se até o ex-delegado de Santa Bárbara aparece na TV chamando-o de molestador de crianças?", indagou ela.
Entre os jurados descritos no site de Jackson estão uma mulher cujo neto tem ficha na polícia por agressão sexual, uma mulher que se diz parente do piloto de um dos aviões seqüestrados no 11 de Setembro, um rapaz de 20 anos que se declarou fã do desenho animado "Os Simpsons" e um fã de música country.
Indagado se reconhecia alguém na extensa lista de celebridades que devem testemunhar contra e a favor do cantor, um dos jurados afirmou que o guru da auto-ajuda Deepak Chopra era um rapper. Outro candidato a jurado, um ex-militar, afirmou que "não conhecia muito bem as músicas" de Jackson. "Mas com certeza eu gosto dos filmes dele", afirmou. O cantor, que estava presente o tempo todo durante a seleção, olhou para o homem e sorriu.
Na véspera, uma candidata pedira dispensa do caso porque se declarava uma leitora contumaz de notícias de celebridade e julgamentos famosos, afirmando que isso poderia prejudicar sua percepção do caso.

Pedidos
Encerrada a escolha dos jurados, Melville terá de deliberar sobre uma série de pedidos e moções de ambos os lados. A defesa, por exemplo, quer ter autorização para usar como prova o histórico de abertura de processos da família da suposta vítima, a fim de retratá-la como "acusadores profissionais".
Em 1999, a família abriu um processo contra uma loja de departamento que incluía uma queixa de agressão sexual e culminou em um acordo de US$ 150 mil (cerca de R$ 387 mil).


Com agências internacionais

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