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LOBATIANAS
"Nada sei do Saci -jamais vi nenhum, e até
desconfio que não existe.
Manda-me as tuas luzes.
Como é o saci em Minas?
Minha idéia é a de que se
trata de um molecote pretinho, duma perna só, pito aceso na boca e gorro
vermelho."
Trecho de carta escrita por Monteiro
Lobato para Godofredo Rangel em 10
de janeiro de 1917, reproduzida em
"A Barca de Gleyre".
"Devo dizer que na minha
infância o conheci por
Saci-Siriri. Fiz sobre o Saci a concepção de que tinha a forma humana
-era um homem baixo,
entroncado e forte; fisionomia ameaçadora, tinha uma perna mais
comprida que a outra."
Trecho do "Depoimento do Sr. J. Pires", texto publicado em "O Saci".
"Sou "bi-perne" e piso com
os calcanhares para a
frente de modo que as minhas pegadas indicam direção inversa à seguida
por mim: menos de uma
mal é isso um bem porque
a humanidade eternamente desviada comigo
do bom caminho tem ensejo de mudar de direção
seguindo os traços das
minhas plantas."
"Depoimento do Saci", texto de "O Saci" atribuído ao próprio Lobato.
"Meto-me pelo livro ("O
Saci") a dentro a corcovear como burro bravo,
em prefácio, prólogo,
proêmio, dedicatória, notas, epílogo; em tudo com
o maior desplante e topete deste mundo. Ontem
escrevi o epílogo, a coisa
mais minha que fiz até
hoje".
Monteiro Lobato em carta de 8 de dezembro de 1917 publicada em "A Barca de Gleyre".
"Reunir esse inquérito sobre o Saci em livro foi
África. Tudo é África entre nós. Uff! Que ele agora
corra o país ou biche nas
estantes, e amarele com o
tempo, o roa a traça até
que um dia um Livingstone o fareje e extraia dele a
lição científica."
Trecho do epílogo de "O Saci-Pererê".
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