São Paulo, segunda, 24 de março de 1997.

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FIM DE LINHA
O tradicional Comodoro encerrou suas atividades ontem
Centro de São Paulo se despede de mais uma sala de cinema

free-lance para a Folha

Em 1981, a regional da Sé tinha 67 cinemas. Eram salas famosas, como Áurea, Sacy, Niterói, Bijou e Premier.
Recentemente, três salas de exibição foram fechadas na região: o Metro, o Comodoro e o Marrocos.
O cinema Comodoro, tradicional sala de projeção do centro da cidade, acaba de ser fechado.
Ontem foi seu último dia de atividades. ``Recebi ordens para fechar a sala no domingo, mas não sei o que aconteceu'', disse Roberto Antunues, coordenador da Cinema International Corporation Distribuidora de Filmes (CIC) em São Paulo.
Jorge Fonseca, presidente da CIC, que é a empresa responsável pelo Comodoro, não foi encontrado pela reportagem da Folha até o fechamento desta edição.
Esse cinema foi o primeiro do país a projetar filmes em 70 mm (terceira dimensão).
Somente em 1991 passou a projetar filmes em 35 mm (cópia normal) e, após intervenção judicial, teve que modificar os escritos na fachada.
O cine Metro, na avenida São João, foi vendido à Igreja Internacional da Graça de Deus e, apesar da fachada intacta, já começa a funcionar como templo.
Inaugurado em 1938, o Metro sofreu uma reforma em 1975, quando foi transformado em duas salas de projeção.
Já o Marrocos, inaugurado em 1951 e palco do Festival de Cinema de 1954, chegou a receber visitas ilustres como a do ator Jefrey Hunter, do diretor Erich Von Stroheim e do crítico francês André Bazin.
Hoje esse cinema também está fora de atividade.
Segundo Marcos Fracaroli, da Paris Filmes, a sala foi devolvida ao proprietário do prédio, e não se sabe qual será seu futuro. ``Provavelmente será alugada para comércio.'' (BMB)

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