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FIM DE LINHA
O tradicional Comodoro encerrou suas atividades ontem
Centro de São Paulo se despede
de mais uma sala de cinema
free-lance para a Folha
Em 1981, a regional da Sé tinha 67
cinemas. Eram salas famosas, como Áurea, Sacy, Niterói, Bijou e
Premier.
Recentemente, três salas de exibição foram fechadas na região: o
Metro, o Comodoro e o Marrocos.
O cinema Comodoro, tradicional sala de projeção do centro da
cidade, acaba de ser fechado.
Ontem foi seu último dia de atividades. ``Recebi ordens para fechar a sala no domingo, mas não
sei o que aconteceu'', disse Roberto Antunues, coordenador da Cinema International Corporation
Distribuidora de Filmes (CIC) em
São Paulo.
Jorge Fonseca, presidente da
CIC, que é a empresa responsável
pelo Comodoro, não foi encontrado pela reportagem da Folha até o
fechamento desta edição.
Esse cinema foi o primeiro do
país a projetar filmes em 70 mm
(terceira dimensão).
Somente em 1991 passou a projetar filmes em 35 mm (cópia normal) e, após intervenção judicial,
teve que modificar os escritos na
fachada.
O cine Metro, na avenida São
João, foi vendido à Igreja Internacional da Graça de Deus e, apesar
da fachada intacta, já começa a
funcionar como templo.
Inaugurado em 1938, o Metro sofreu uma reforma em 1975, quando foi transformado em duas salas
de projeção.
Já o Marrocos, inaugurado em
1951 e palco do Festival de Cinema
de 1954, chegou a receber visitas
ilustres como a do ator Jefrey Hunter, do diretor Erich Von Stroheim
e do crítico francês André Bazin.
Hoje esse cinema também está
fora de atividade.
Segundo Marcos Fracaroli, da
Paris Filmes, a sala foi devolvida ao
proprietário do prédio, e não se sabe qual será seu futuro. ``Provavelmente será alugada para comércio.''
(BMB)
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