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CRÍTICA
Fringe adere ao expressionismo do "freak show"
SÉRGIO SALVIA COELHO
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA
O que há por trás da cortina? Desafiada a surpreender, Curitiba busca alternativas para o realismo e, surpresa, experimenta saídas e cai em armadilhas semelhantes. Já no primeiro dia dá para distinguir
um mecanismo dominante: um grupo pesquisa uma linguagem alternativa, se apaixona por ela e acaba perdendo o pé da história que contava.
Assim, a jovem companhia Persona, de Florianópolis, explora o universo kafkaniano em "F" a partir de um bem embasado expressionismo, mas,
apesar de atuações sensíveis, a
trama se limita a pouco mais
que um "freak show".
"Cartas de Desamor", sobre
conflitos conjugais, funciona
enquanto descompromissado
improviso com a platéia, garantido pela debochada Ludimila Nascarella. Quando "a sério", só escapa do tédio por golpes de marketing cênico.
"João and Maria", da Cia. Senhas, continua a pesquisa de
"Devora-te-me", que ficou entre as cinco melhores do Fringe
no ano passado. Apesar de cenas fascinantes (um diálogo em
tatibitate entre babá e menina),
a montagem acaba naufragando em auto-indulgência, contagiada pela mediocridade televisiva que quer criticar.
A grande promessa do primeiro dia, então, ficou por conta de "A Volta ao Dia". Baseado no universo de Cortázar, o espetáculo não foge à regra do
cotidiano contado em fragmentos coreografados, mas
tem o trunfo de duas grandes
atrizes, Maureen Miranda e
Christiane Macedo, que surpreendem com um princípio
simples: a sinceridade.
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