São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 2006

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Jamiroquai promete inovar em show em SP

ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Há 14 anos, quando estourou no cenário pop, a banda inglesa Jamiroquai foi aclamada por fazer uma atraente mistura de funk, soul, jazz e pop, apimentada pela performance do vocalista Jay Kay, na época apontado como a versão branca de Stevie Wonder.
Seis discos e cerca de 20 milhões de álbuns vendidos desde sua estréia com "Emergency on Planet Earth" (1993), a fórmula do grupo se tornou desgastada, mas continua arrebatando milhares de fãs, como provam os 7.000 ingressos vendidos para o show de hoje, em São Paulo. Para amanhã, no Rio, ainda há entradas.
O combo de Jay Kay vem pela terceira vez ao país mostrar seu trabalho mais recente, "Dynamite", disco lançado em 2005 que tem pelo menos uma faixa conhecida por muita gente: a fofinha "Seven Days in Sunny June", da trilha da novela "Belíssima".
No álbum, Jay Kay, 37, repete tudo o que lhe deu fama e dinheiro para comprar todos aqueles chapéus esquisitos e carrões que ele costuma exibir sempre que pode -como no encarte do CD.
Estão lá ritmos como soul e funk, embalados por efeitos eletrônicos e grooves que tornam algumas músicas irresistivelmente dançantes, como a faixa-título.
São algumas dessas novidades que Jay Kay promete mostrar. "Vamos fazer um show totalmente diferente dos anteriores no Brasil", disse o vocalista à Folha. "Com exceção do percussionista [Sola Akingbola] e do baterista [Derrick McKenzie], a banda é completamente diferente. Vamos tocar músicas do novo álbum e algumas antigas também."
Entre as antigüidades, deverão estar "Space Cowboy", "Virtual Insanity" e "When You Gonna Learn", dos três primeiros CDs. Foi com esses hits que a banda incendiou o antigo Palace (Citibank Hall), em 1997, quando tocou pela primeira vez em São Paulo.
"As duas vezes que estivemos no Brasil foram ótimas", lembra. "Seu país é um lugar especial. Tenho memórias divertidas."

Engajados
No intervalo de quatro anos entre "A Funk Odyssey", de 2001, e "Dynamite", o cantor teve tempo de compor longas letras, que tratam de dias ensolarados, garotas "dinamite", carros e dos temas engajados que marcaram a primeira fase de sua carreira e que agora aparecem mais de leve. Em "(Don't) Give Hate a Chance", por exemplo, Jay Kay faz uma referência ao hino hippie "Give Peace a Chance", de John Lennon.
"[Essa música] é inspirada no tipo de máquinas de guerra que somos", diz Jay Kay. "As pessoas se odeiam porque pensam que algumas são diferentes das outras."
As referências para "Dynamite", diz, vieram de bandas como LCD Soundsystem e Sex Pistols. "Não há uma influência musical particular", afirma Jay Kay.
Certo é que Stevie Wonder continua sendo uma delas. "Claro que ele é uma grande influência, mas não acredito que [meu vocal] seja parecido com o dele", fala.
Se o público der sorte, Jay Kay poderá mostrar algumas coisas que está escrevendo para o CD de "Greatest Hits", que sai em 2006.


Jamiroquai
Quando:
hoje, às 22h, no Credicard Hall (av. Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro, tel. 0/xx/11/6846-6000; ingressos esgotados); sáb., às 22h30, no Claro Hall (av. Ayrton Senna, 3.000, Barra da Tijuca, tel. 0/xx/21/2156-7300; R$ 120 a R$ 200)


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