|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
saiba mais
Filho do cantor diz que história está "incompleta"
DA REPORTAGEM LOCAL
Max de Castro e seu irmão,
o também músico Wilson Simoninha, assistiram a "Ninguém Sabe o Duro que Dei" e
não pediram modificações
no filme sobre o pai. Mas só
porque não acham certo interferir em obra alheia.
Segundo Max, pôr o depoimento do contador Raphael
Viviani na parte final do documentário deixou a história
"incompleta". "Não há contra-argumentos depois. E a
coisa não é tão simples como
aparece no filme. Não fica
claro que houve ações anteriores [à surra]. Ele [Simonal] procurou saber o que estava acontecendo [em relação ao roubo]. Sabendo da
origem humilde dele, do fato
de não ter tido um pai, você
consegue imaginar ser possível a atitude que ele tomou,
ainda que nada justifique."
Nascido em 1972, ano em
que o pai foi condenado, Max
ressalta que Simonal não era
politizado, daí ter pensado
que era um trunfo dizer que
conhecia gente do Dops. "Ele
tentou usar a malandragem e
o jogo de cintura. Não percebeu o tamanho da encrenca
em que estava entrando."
Apesar das ressalvas e de
ver o filme como "apenas
uma introdução" à vida do
pai, Max considera importante que se fale de Simonal.
Ele acredita que é a juventude quem está reabilitando o
cantor. "Pessoas que se deparam acidentalmente com a
obra dele e não têm nenhum
ranço ideológico querem saber quem foi esse artista. Os
mais velhos, mesmo os que
gostavam dele, não se sentiam à vontade", diz Castro,
contando receber com freqüência monografias de universitários sobre o pai.
Com depoimentos de Pelé,
Miele, Chico Anysio e Tony
Tornado, o documentário
pode contribuir para que não
sejam ditas frases como a ouvida por Cláudio Manoel de
um frentista: "Pô, seu Casseta, vai fazer um filme sobre o
cara que torturou o Caetano
[Veloso]?"
(LFV)
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Mônica Bergamo Índice
|