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A atriz Bete Coelho eo diretor José Celso na cerimônia de premiação

free-lance para a Folha

A peça "Cacilda!", de José Celso Martinez Corrêa, foi a grande vencedora da 11ª edição do Prêmio Shell de Teatro, que aconteceu anteontem à noite, em São Paulo.
O espetáculo de José Celso recebeu três prêmios: melhor autor, melhor atriz e melhor diretor (veja os premiados no quadro ao lado). "Cacilda!" havia sido indicada para seis das nove categorias contempladas pelo evento.
"Memórias Póstumas de Brás Cubas" ficou em segundo lugar em número de premiações, levando dois troféus - os de melhor ator e melhor figurino.
A atriz Fernanda Montenegro foi lembrada no discurso de apresentação do prêmio, feito por Paulo Goulart. Ele se referiu a Fernanda como "o teatro no Oscar" e disse que "ela nos representou para o mundo".
O único premiado que não compareceu à cerimônia foi Guilherme Bonfanti, que recebeu o troféu na categoria de melhor iluminação.
Com três indicações e duas vitórias, José Celso Martinez Corrêa, premiado como melhor diretor e autor, disse que o teatro está vivendo um "holocausto financeiro".
"O teatro precisa de espaço, pessoas, dinheiro", acrescentou. "Cacilda está sendo invocada para retomar a energia, a luta, o teatro."
A atriz Bete Coelho foi a última a receber o prêmio. Dizendo não ter preparado discurso, ela agradeceu às pessoas que ajudaram o espetáculo com paixão, criatividade e um pouco de dinheiro.
"Encenando Cacilda, eu mudei minha maneira de olhar o mundo e voltei a ter desejo de brigar pelas coisas", afirmou Bete, que fez no domingo sua última participação no espetáculo.
O júri que elegeu os vencedores foi composto por Maria Lúcia Cadeiras, Maria Lucia Pereira, Celso Curi, Silvana Garcia e Aimar Labaki. Cada escolhido recebeu um prêmio de R$ 3.500 e um troféu do escultor Domenico Calabroni.
O prêmio Shell contempla as categorias de autor, diretor, ator, atriz, cenografia, música, iluminação e figurino, além de um prêmio especial.
Em geral são indicados dois concorrentes por categoria a cada semestre. (CLÁUDIA GURFINKEL)


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