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DVDTECA FOLHA
Intérprete ganhou Oscar pela atuação no drama de Marc Forster
"A Última Ceia" explora
a força da atriz Halle Berry
DA REDAÇÃO
"A Última Ceia" (2001), filme
que a DVDteca lança no próximo
domingo, pôs em evidência duas
carreiras que já apresentavam trajetória promissora: a de seu diretor, Marc Forster, e a da atriz Halle Berry. A atuação dela lhe rendeu o Oscar de melhor atriz, em
2002, e o filme ainda foi indicado
na categoria de melhor roteiro (de
Milo Addica e Will Rokos).
A história fala sobre racismo,
violência e morte, sem com isso
pesar a mão no drama. Pelo contrário, a direção de Forster opta
por um viés mais neutro, não julgando seus personagens e os
aproximando da vida comum.
Billy Bob Thornton (injustamente não indicado ao Oscar) é o
guarda carcerário Hank Grotowski. Ele reproduz o racismo e a rigidez espartana de seu pai aposentado (Peter Boyle, a criatura de "O
Jovem Frankenstein") e ainda
tenta propagá-lo para o filho,
Sonny (Heath Ledger).
Este último é como o elo partido
desta corrente, uma vez que não
tem a mesma frieza do avô e do
pai para encarar a vigilância no
cárcere, que significa acompanhar até a cadeira elétrica os condenados à morte.
Um dos sentenciados é Lawrence Musgrove (o rapper Puff
Daddy, creditado aqui como Sean
Combs), que é marido de Leticia
(Halle Berry), mulher que luta para criar seu filho, vivendo quase
miseravelmente enquanto está
prestes a ser despejada.
Mas duas mortes brutais fazem
com que os caminhos de Leticia e
Hank se cruzem. Começa uma
quase improvável história de
amor entre os dois. E o clima de
desesperança que contaminava a
história dessas pessoas é diluído
na relação desse casal, que sugere
mais esperança para a vida.
Hank, afinal, contraria a "tradição" de seu pai. E, num filme que
não nos poupa de seqüências fortes, há seqüências ternas. Algumas, comentadíssimas, como as
cenas de sexo entre Halle Berry e
Billy Bob Thornton, realistas e
que contrariam o tom frio adotado ao longo do filme. O nu frontal
da atriz custou à produção cerca
de US$ 1 milhão (R$ 2,6 milhões)
a mais, quantia considerável para
um filme que custou US$ 10 milhões, com uma equipe que trabalhou com salários mais baixos do
que o usual. Aliás, trabalhar com
um estúdio menor, mesmo com
menos borderô, permitiu que a
equipe trabalhasse com mais liberdade.
Reticências
Curioso é que Forster estava reticente sobre Halle Berry segurar
o papel, pois ele a achava muito
bonita e glamourosa. Persistente,
ela o convenceu, e a escolha rendeu comentários na mídia, sobretudo após a atriz ganhar o Oscar e
também o Urso de Prata no Festival de Berlim.
Ex-miss Ohio, Halle Berry foi a
primeira protagonista negra a ganhar um Oscar em 74 anos de história da premiação americana.
Ela que, meses antes, dizia que era
difícil ser mulher nos Estados
Unidos -especialmente sendo
negra-, onde em geral os bons
papéis vão para homens. Ela subiu ao palco radiante, aos saltos.
Marc Forster não ficou menos
surpreso, ele que achava que a veterana Sissy Spacek levaria o Oscar daquele ano. Este cineasta alemão residente nos Estados Unidos deslanchou a partir dessa
consagração. Seu filme mais recente, também com ótima direção de atores, é "Em Busca da Terra do Nunca" (2004), com Johnny
Depp. E agora ele finaliza "Stay",
estrelado por Ewan McGregor.
PREÇO*:
Nas bancas - Folha + R$ 14,90 (por DVD, no Estado de São Paulo)
Para assinantes - R$ 81,95 (lote com seis títulos) ou R$ 163,90 (lote com 12 títulos)
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EM OUTRAS LOCALIDADES: ligue 0800-7758080
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