São Paulo, domingo, 24 de abril de 2005

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DVDTECA FOLHA

Intérprete ganhou Oscar pela atuação no drama de Marc Forster

"A Última Ceia" explora a força da atriz Halle Berry

DA REDAÇÃO

"A Última Ceia" (2001), filme que a DVDteca lança no próximo domingo, pôs em evidência duas carreiras que já apresentavam trajetória promissora: a de seu diretor, Marc Forster, e a da atriz Halle Berry. A atuação dela lhe rendeu o Oscar de melhor atriz, em 2002, e o filme ainda foi indicado na categoria de melhor roteiro (de Milo Addica e Will Rokos).
A história fala sobre racismo, violência e morte, sem com isso pesar a mão no drama. Pelo contrário, a direção de Forster opta por um viés mais neutro, não julgando seus personagens e os aproximando da vida comum.
Billy Bob Thornton (injustamente não indicado ao Oscar) é o guarda carcerário Hank Grotowski. Ele reproduz o racismo e a rigidez espartana de seu pai aposentado (Peter Boyle, a criatura de "O Jovem Frankenstein") e ainda tenta propagá-lo para o filho, Sonny (Heath Ledger).
Este último é como o elo partido desta corrente, uma vez que não tem a mesma frieza do avô e do pai para encarar a vigilância no cárcere, que significa acompanhar até a cadeira elétrica os condenados à morte.
Um dos sentenciados é Lawrence Musgrove (o rapper Puff Daddy, creditado aqui como Sean Combs), que é marido de Leticia (Halle Berry), mulher que luta para criar seu filho, vivendo quase miseravelmente enquanto está prestes a ser despejada.
Mas duas mortes brutais fazem com que os caminhos de Leticia e Hank se cruzem. Começa uma quase improvável história de amor entre os dois. E o clima de desesperança que contaminava a história dessas pessoas é diluído na relação desse casal, que sugere mais esperança para a vida.
Hank, afinal, contraria a "tradição" de seu pai. E, num filme que não nos poupa de seqüências fortes, há seqüências ternas. Algumas, comentadíssimas, como as cenas de sexo entre Halle Berry e Billy Bob Thornton, realistas e que contrariam o tom frio adotado ao longo do filme. O nu frontal da atriz custou à produção cerca de US$ 1 milhão (R$ 2,6 milhões) a mais, quantia considerável para um filme que custou US$ 10 milhões, com uma equipe que trabalhou com salários mais baixos do que o usual. Aliás, trabalhar com um estúdio menor, mesmo com menos borderô, permitiu que a equipe trabalhasse com mais liberdade.

Reticências
Curioso é que Forster estava reticente sobre Halle Berry segurar o papel, pois ele a achava muito bonita e glamourosa. Persistente, ela o convenceu, e a escolha rendeu comentários na mídia, sobretudo após a atriz ganhar o Oscar e também o Urso de Prata no Festival de Berlim.
Ex-miss Ohio, Halle Berry foi a primeira protagonista negra a ganhar um Oscar em 74 anos de história da premiação americana. Ela que, meses antes, dizia que era difícil ser mulher nos Estados Unidos -especialmente sendo negra-, onde em geral os bons papéis vão para homens. Ela subiu ao palco radiante, aos saltos.
Marc Forster não ficou menos surpreso, ele que achava que a veterana Sissy Spacek levaria o Oscar daquele ano. Este cineasta alemão residente nos Estados Unidos deslanchou a partir dessa consagração. Seu filme mais recente, também com ótima direção de atores, é "Em Busca da Terra do Nunca" (2004), com Johnny Depp. E agora ele finaliza "Stay", estrelado por Ewan McGregor.


PREÇO*:
Nas bancas - Folha + R$ 14,90 (por DVD, no Estado de São Paulo)
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