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SP Arte abre com 67 galerias
No 4º ano, feira reúne trabalhos inéditos de artistas como Ernesto Neto, Adriana Varejão e Vik Muniz
Diretora prefere não fazer comparações com a Bienal: "Não queremos um público amplo, pois dificulta atender todo mundo e vender obras"
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando surgiu, há quatro
anos, a SP Arte Feira Internacional de Arte de São Paulo não
conseguiu reunir grande parte
das galerias de arte contemporânea com maior prestígio no
circuito nacional e internacional. Fortes Vilaça, Millan, Luisa
Strina e Vermelho, só para citar
algumas, estavam de fora.
Em sua quarta edição, aberta
hoje, a feira aproxima-se da
unanimidade. "Qualquer investimento no circuito vale a pena.
Só não participamos da primeira porque nossa experiência na
feira da Hebraica foi muito desestimulante", diz Márcia Fortes, da Fortes Vilaça.
"O mercado de arte cresceu
nos últimos anos: há mais colecionadores no Brasil, e a feira
cresceu junto com esse fenômeno", afirma Fernanda Feitosa, diretora da SP Arte, que neste ano reúne 67 galerias. A SP
Arte 2008 tem uma seção paralela, ainda que modesta, com
palestras e uma retrospectiva
de todos os vencedores do festival Videobrasil, entre 1983 e
2007.
Como em toda feira comercial desse porte, a edição deste
ano traz, em meio a pinturas e
obras de formato mais voltado
ao mercado, obras inéditas de
artistas renomados: lá estão
Ernesto Neto, Adriana Varejão,
Vik Muniz, Sandra Cinto, Mauro Restiffe, Jac Leirner e Cao
Guimarães. Há ainda uma sala
especial para o argentino León
Ferrari, que ganhou o Leão de
Ouro em Veneza, em 2007.
Também é possível encontrar obras que foram expostas
recentemente na Tate, de Londres, como "Relevos Espaciais"
de Hélio Oiticica, à venda por
US$ 450 mil (R$ 745 mil), mesmo que realizada após a morte
do artista.
Apesar do caráter panorâmico, Feitosa evita tecer comparações com a Bienal: "Ela é um
recorte do que está acontecendo, enquanto a feira, por ser um
evento comercial, tem outro
princípio. Nós não queremos
ter um público amplo, pois, se
vier muita gente aqui, vai ser
impossível atender todo mundo e vender obras." A expectativa de público desse ano é de
cerca de 12 mil visitantes.
Ocupando dois pisos do prédio da Bienal, a feira também
utiliza a Lei de Incentivo à Cultura. "Temos aprovação para a
captação de R$ 1,2 milhão, o
que estamos gastando desde a
primeira edição. Usamos esse
mecanismo mais para mostrar
legitimidade aos nossos patrocinadores", diz a diretora.
Feira cara
Curiosamente, a SP Arte está
entre as feiras mais caras do
mundo. Para participar, as galerias pagam R$ 818 por m2,
quase no patamar dos R$ 852
da suíça Art Basel, dos R$ 780
da inglesa Frieze e bem acima
da Art Forum Berlin (R$ 497).
"São Paulo é uma cidade cara, e o fato de essas feiras [estrangeiras] terem mais estandes reduz o custo. Além do
mais, quando começamos, o
dólar estava a R$ 2,50", afirma
Feitosa que, no segundo semestre, organiza uma feira dedicada à fotografia.
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