São Paulo, quinta-feira, 24 de abril de 2008

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SP Arte abre com 67 galerias

No 4º ano, feira reúne trabalhos inéditos de artistas como Ernesto Neto, Adriana Varejão e Vik Muniz

Diretora prefere não fazer comparações com a Bienal: "Não queremos um público amplo, pois dificulta atender todo mundo e vender obras"

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando surgiu, há quatro anos, a SP Arte Feira Internacional de Arte de São Paulo não conseguiu reunir grande parte das galerias de arte contemporânea com maior prestígio no circuito nacional e internacional. Fortes Vilaça, Millan, Luisa Strina e Vermelho, só para citar algumas, estavam de fora.
Em sua quarta edição, aberta hoje, a feira aproxima-se da unanimidade. "Qualquer investimento no circuito vale a pena. Só não participamos da primeira porque nossa experiência na feira da Hebraica foi muito desestimulante", diz Márcia Fortes, da Fortes Vilaça.
"O mercado de arte cresceu nos últimos anos: há mais colecionadores no Brasil, e a feira cresceu junto com esse fenômeno", afirma Fernanda Feitosa, diretora da SP Arte, que neste ano reúne 67 galerias. A SP Arte 2008 tem uma seção paralela, ainda que modesta, com palestras e uma retrospectiva de todos os vencedores do festival Videobrasil, entre 1983 e 2007.
Como em toda feira comercial desse porte, a edição deste ano traz, em meio a pinturas e obras de formato mais voltado ao mercado, obras inéditas de artistas renomados: lá estão Ernesto Neto, Adriana Varejão, Vik Muniz, Sandra Cinto, Mauro Restiffe, Jac Leirner e Cao Guimarães. Há ainda uma sala especial para o argentino León Ferrari, que ganhou o Leão de Ouro em Veneza, em 2007.
Também é possível encontrar obras que foram expostas recentemente na Tate, de Londres, como "Relevos Espaciais" de Hélio Oiticica, à venda por US$ 450 mil (R$ 745 mil), mesmo que realizada após a morte do artista.
Apesar do caráter panorâmico, Feitosa evita tecer comparações com a Bienal: "Ela é um recorte do que está acontecendo, enquanto a feira, por ser um evento comercial, tem outro princípio. Nós não queremos ter um público amplo, pois, se vier muita gente aqui, vai ser impossível atender todo mundo e vender obras." A expectativa de público desse ano é de cerca de 12 mil visitantes.
Ocupando dois pisos do prédio da Bienal, a feira também utiliza a Lei de Incentivo à Cultura. "Temos aprovação para a captação de R$ 1,2 milhão, o que estamos gastando desde a primeira edição. Usamos esse mecanismo mais para mostrar legitimidade aos nossos patrocinadores", diz a diretora.

Feira cara
Curiosamente, a SP Arte está entre as feiras mais caras do mundo. Para participar, as galerias pagam R$ 818 por m2, quase no patamar dos R$ 852 da suíça Art Basel, dos R$ 780 da inglesa Frieze e bem acima da Art Forum Berlin (R$ 497).
"São Paulo é uma cidade cara, e o fato de essas feiras [estrangeiras] terem mais estandes reduz o custo. Além do mais, quando começamos, o dólar estava a R$ 2,50", afirma Feitosa que, no segundo semestre, organiza uma feira dedicada à fotografia.


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