São Paulo, sexta, 24 de abril de 1998

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TEATRO
Mostra Universitária do Filo começou anteontem e vai até 3 de maio com 117 grupos inscritos, número recorde
Festival de Londrina debate Brecht, 100

JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Londrina

A edição 1998 do Filo (Festival Internacional de Londrina), que na sua primeira fase apresenta a Mostra Regional/ Nacional Universitária, promove um amplo debate sobre a obra do dramaturgo alemão Bertolt Brecht.
A edição universitária da mostra começou anteontem e prossegue até 3 de maio. De 19 a 31 de maio, o Filo contará com grupos europeus, asiáticos e americanos.
Segundo a reitora em exercício da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e coordenadora do Filo, Nitis Jacon de Araujo Moreira, o seminário "Ontem, Hoje e Amanhã? - Bertolt Brecht 100 anos", em comemoração aos cem anos de nascimento do dramaturgo, irá mostrar experiências "diferenciadas" com o trabalho do autor.
Além das companhias selecionadas para a mostra, que teve o recorde de 117 inscrições, a organização do Filo convidou três grupos que trabalham com a metodologia teatral de Brecht.
São eles: a Companhia do Latão, de São Paulo, que apresenta os espetáculos "Santa Joana dos Matadouros" e "Ensaio sobre o Latão", a Escola de Arte Dramática da ECA - USP, com a peça "Baal", e o grupo peruano Yuyachkani, com "Baladas del Bien Estar".
O grupo Yuyachkani, criado em 1971 em Lima, tem seu trabalho basicamente voltado às populações da periferia de Lima e do interior peruano, dentro de um perspectiva de teatro de reflexão. É o único grupo estrangeiro convidado para a fase nacional do festival.
Roberto Lage ("Baal"), Miguel Rubio (grupo Yuyachkani), Sérgio de Carvalho e Márcio Marciano (Companhia do Latão) e Ingrid Koudela (autora de "Brecht: Um Jogo de Aprendizagem") serão alguns dos debatedores do seminário.
Além do seminário, a Mostra Nacional do Filo promove uma exposição de textos e fotos sobre a obra brechtiana.
Cada vez mais voltado às artes cênicas de uma maneira geral, e não só ao teatro, o Filo apresenta pelo segundo ano seu encontro de projetos cênicos. São nove projetos que misturam circo, teatro, música, capoeira e dança.
Os destaques entre os projetos selecionados para serem apresentados amanhã e depois são o Circo do Mundo, desenvolvido em Belo Horizonte desde 1982, e o Monte Azul, na periferia paulistana.
A mostra nacional terá ainda, de 27 de abril a 2 de maio, uma oficina sobre a técnica Alexander, com Elena Castelar, diretora e atriz da companhia Zotal Teatre, de Barcelona (Espanha).
A técnica Alexander busca ensinar a reeducação e organização do corpo por meio da auto-observação e da consciência.



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