São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 2002

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COPIÃO

Aposentados brasileiros vão à ativa no cinema

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

Para 61 pensionistas da Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil), o cinema virou um negócio -pequeno, mas um negócio. Eles se tornaram sócios de "Cafundó", longa com que Paulo Betti deve estrear na direção, ao investir mensalmente no filme, em média, R$ 50 cada um.
O dinheiro é o desconto de uma parcela do IR devido. Com a operação, amparada pela Lei do Audiovisual, eles adquirem cotas de participação nos eventuais lucros de "Cafundó". Pelo ritmo de produção no país, é investimento a longo prazo.
Betti previu filmar em 2000. Sem conseguir captar os R$ 5,2 mi do orçamento, adiou o início. Decidido a encolher as despesas para R$ 3 mi e ligar a câmera em outubro, garante: "Agora vai".
Na divulgação do projeto, os produtores estimam público de 1 milhão, em seis meses em cartaz. A previsão leva em conta "a possibilidade de ser apoiado com publicidade pela Globo".
Ainda que muito bem-vindo, o incentivo dos aposentados, por enquanto, não é compensador. "Tenho que multiplicar esse número [os 61" por pelo menos cinco para valer a pena", diz Betti. "Mas é muito gostoso saber que um senhor de Ilhéus acredita no filme, outro de Maceió, outro de Santos etc."
O piauiense Aurino José da Silva, 54, está na lista. "Não conheço o roteiro, mas acho que trata de assunto relacionado com a origem do nosso povo. Como admiro muito a arte do cinema, me decidi a investir."
"Cafundó" é uma ficção sobre o personagem real João de Camargo, ex-escravo e milagreiro.


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