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COPIÃO
Aposentados brasileiros vão à ativa no cinema
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
Para 61 pensionistas da Previ
(fundo de pensão do Banco do
Brasil), o cinema virou um negócio -pequeno, mas um negócio. Eles se tornaram sócios
de "Cafundó", longa com que
Paulo Betti deve estrear na direção, ao investir mensalmente no
filme, em média, R$ 50 cada um.
O dinheiro é o desconto de
uma parcela do IR devido. Com
a operação, amparada pela Lei
do Audiovisual, eles adquirem
cotas de participação nos eventuais lucros de "Cafundó". Pelo
ritmo de produção no país, é investimento a longo prazo.
Betti previu filmar em 2000.
Sem conseguir captar os R$ 5,2
mi do orçamento, adiou o início.
Decidido a encolher as despesas
para R$ 3 mi e ligar a câmera em
outubro, garante: "Agora vai".
Na divulgação do projeto, os
produtores estimam público de
1 milhão, em seis meses em cartaz. A previsão leva em conta "a
possibilidade de ser apoiado
com publicidade pela Globo".
Ainda que muito bem-vindo,
o incentivo dos aposentados,
por enquanto, não é compensador. "Tenho que multiplicar esse número [os 61" por pelo menos cinco para valer a pena", diz
Betti. "Mas é muito gostoso saber que um senhor de Ilhéus
acredita no filme, outro de Maceió, outro de Santos etc."
O piauiense Aurino José da
Silva, 54, está na lista. "Não conheço o roteiro, mas acho que
trata de assunto relacionado
com a origem do nosso povo.
Como admiro muito a arte do
cinema, me decidi a investir."
"Cafundó" é uma ficção sobre
o personagem real João de Camargo, ex-escravo e milagreiro.
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