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São Paulo, sábado, 24 de maio de 2003

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FILMES E TV PAGA

Uma Cilada para Rober Rabbit
SBT, 15h45.
    
(Who Framed Roger Rabbit?). EUA, 88, 103 min. Direção: Robert Zemeckis. Com Bob Hoskins, Christopher Lloyd. Astro de desenhos animados dos anos 40 entra em depressão; Hoskins é o detetive encarregado de investigar o que se passa. O filme investe com felicidade na indiferenciação: o humano e o desenho encontram-se num mundo essencialmente dominado pela falsidade.

Crocodilo Dundee
Globo, 16h15.
  
Austrália, 86, 106 min. Direção: Peter Fairman. Com Paul Hogan, Linda Kozlowski. Depois de guiar jornalista norte-americana selva adentro, caçador australiano é levado por ela para Nova York. Segue-se saga do Jeca australiano na cidade grande que, a seu tempo, foi uma espécie de fenômeno, tal o sucesso.

Difícil Decisão
Globo, 23h.
 
(A Father's Choice). EUA, 2000. Direção: Christopher Cain. Com Peter Strauss, Mary McDonnell. Após a morte da mãe, duas irmãs precisam mudar de vida, pois vão morar com o pai, um caubói que elas até então desconheciam. Como gênero, o filme é um drama. Mas se fosse terror, caratê ou infantil, Cain matava a pau do mesmo jeito. Produção feita para TV. Inédito.

De Caso com o Acaso
SBT, 23h45.
 
(Sliding Doors). EUA/Inglaterra, 98, 108 min. Direção: Peter Howitt. Com Gwyneth Paltrow, John Hannah. Depois de ser despedida, Gwyneth perde o metrô. O que aconteceria se pegasse o metrô? O filme desenvolve as duas hipóteses: sua vida na hipótese A (perder o metrô) e na B (pegar o metrô). Mas não esperemos nada como o "Smoking/No Smoking", de Alain Resnais.

Traços em Família
SBT, 1h50.
  
(Thicker than Blood). EUA, 98. Direção: Richard Pearce. Com Mickey Rourke, Dan Futterman. Professor descobre num aluno de origem hispânica e de um bairro pobre grande talento para o desenho. O garoto em seus desenhos retrata a vida dura e a violência que cerca sua família. O professor, em vez de ser elogiado por isso, leva pancada de todos os lados.

A Dama do Lotação
Bandeirantes, 2h.
   
Brasil, 78, 111 min. Direção: Neville D'Almeida. Com Sônia Braga, Nuno Leal Maia. Braga é a mulher insatisfeita que sai pelos lotações do Rio em busca de aventuras sexuais. A obra de Nelson Rodrigues gira em torno da dissociação entre sexualidade e afetividade. O filme trabalha muito bem essa idéia e é, no geral, bem forte. Só um problema: os lotações (em São Paulo chamavam-se microônibus) já não existiam no Rio em 1978. O filme sobrevive a isso, inclusive porque Sônia Braga estava no seu apogeu.

Negócio Arriscado
Globo, 2h35.
   
(Risky Business). EUA, 83, 99 min. Direção: Paul Brickman. Com Tom Cruise, Rebecca DeMornay. Aproveitando viagem dos pais, rapaz transforma sua casa num bordel (literalmente). Comédia teen típica dos 80, um tanto safada e com mais imaginação do que a média. De resto, há Tom Cruise, então surgindo com força.

Destino em Dose Dupla
SBT, 3h40.
 
(Mr. Destiny). EUA, 90, 110 min. Direção: James Orr. Com James Belushi, Michael Caine. Fantasia em que Belushi volta ao passado, na condição de jogador de beisebol da escola e dá uma tacada que muda sua vida. Só para SP.

A Mitologia de Guerra nas Estrelas SBT, 5h50.  
(The Mythology of Star Wars). EUA, 99. Direção: Pamela Mason Wagner. Uma entrevista de George Lucas sobre a mitologia de "Guerra nas Estrelas". Ou seria uma tentativa de alimentar a mitologia em torno da série? Documentário chapa-branca. (IA)


TV PAGA

Imagens de Jabor duelam com a palavra escrita

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Arnaldo Jabor deveria mandar erguer uma estátua em praça pública para Fernando Collor. Nos meios cinematográficos, onde ninguém tem nada a dever ao ex-presidente, Jabor é uma rara exceção.
Com o fim provisório de sua profissão (em 1990, Collor decretou o fim do cinema brasileiro), Jabor iniciou na Folha uma bem-sucedida carreira de jornalista. Do jornal passou à TV, onde até hoje pode ser visto nos telejornais da Rede Globo, inclusive o "Jornal Nacional".
Moral da história: se continuasse cineasta, tudo a que poderia aspirar na vida era a um Ciclo Arnaldo Jabor, coisa que, por sinal, o Canal Brasil inaugura amanhã, com a exibição de "Opinião Pública" (21h), precedido de um documentário sobre o homenageado da série "Retratos Brasileiros" (20h) e seguido de "Pindorama" (22h35).
Qualquer realizador brasileiro com alguns filmes pode conseguir o mesmo. Como diretor, convém ressaltar, Jabor conseguiu alguns sucessos importantes, sobretudo em adaptações de Nelson Rodrigues. Mas bastava um fracasso, ou um filme menos feliz, para cair na vala comum. "É um chato", diziam uns. "Uma besta", rebatiam outros.
Dessas vicissitudes o prestígio da palavra escrita e depois a TV libertaram Arnaldo Jabor. Na TV, revelou-se um homem afirmativo, que domina o discurso oral. Amanhã pode-se ver uma outra faceta sua: "Opinião Pública" trata-se de, antes de tudo, ouvir as pessoas e, assim, perguntar o que significa essa expressão tão usada que às vezes não sabemos o que significa. Seu ponto de vista é parcial (refere-se ao Rio de Janeiro) e pessoal, o que de modo nenhum invalida o questionamento.
Quanto a "Pindorama", pode-se até ver ali o sintoma de um momento (1970) em que os intelectuais estavam um tanto perdidos. Mas é um filme que não deu certo.


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