|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
crítica
Filme exagera nos efeitos e causa tédio
CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA
Q
uando chegou aos
cinemas em 2003,
"Piratas do Caribe" bateu recordes de bilheteria ao cativar um público ávido pelas mirabolantes aventuras do capitão Jack Sparrow. A origem do projeto era uma
atração dos parques da
Disney, e sua versão fílmica parecia recuperar o prazer do puro entretenimento de um gênero popular
na Hollywood clássica.
Para explorar melhor as
possibilidades da franquia,
no ano passado a Disney
lançou uma continuação.
Os problemas da segunda parte, porém, só se
agravam em "Piratas do
Caribe - No Fim do Mundo". Enquanto parte do
charme do primeiro consistia em criar uma história aventuresca, capitaneada pela extravagância
de Sparrow, o filme seguinte passou para os efeitos visuais o papel de manter a octanagem do show.
Neste terceiro capítulo,
a opção se acentua, com
um fiapo de história que
não justifica a longuíssima
duração (168 minutos). Os
desdobramentos do romance entre Elizabeth e
Will e o retorno de Sparrow são inutilmente estendidos para sustentar
cenas intermináveis, cujo
único valor consiste na
magnitude dos efeitos.
Como tudo que é demais
enjoa, a sucessão de ataques, saltos, fugas e transformações provoca a impressão de "déjà-vu". Sem
oferecer maior interesse
pela narrativa, "Piratas"
gera o que menos se espera de uma aventura: tédio.
PIRATAS DO CARIBE - NO
FIM DO MUNDO
Direção: Gore Verbinski
Produção: EUA, 2007
Com: Johnny Depp, Orlando Bloom, Keira Knightley
Quando a partir de amanhã, no
Pátio Higienópolis, shopping
metrô Santa Cruz e circuito
Avaliação: regular
Texto Anterior: A volta dos mortos-vivos Próximo Texto: 60° Festival de Cannes: Seqüência de "Contra a Parede" é bem recebida Índice
|