São Paulo, segunda-feira, 24 de maio de 2010

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ANÁLISE

Vencedores principais refletem seleção sem medalhões

DA ENVIADA A CANNES

O filme vencedor da Palma de Ouro começa com um búfalo. Depois, homens vestidos de macacos, com olhos brilhantes, passeiam pela floresta. A piada pronta era: Tim Burton, presidente do júri, vai adorar esses seres.
Dito e feito. Burton e seus colegas entraram na viagem cinematográfica tailandesa e deram a ele o que parte da crítica achava que deveria ser de Mike Leigh ("Another Year") ou Alejandro González Iñárritu ("Biutiful").
Ambos os prêmios seriam, porém, o reconhecimento de quem já é reconhecido.
Os prêmios dados para Weerasethakul, para o francês Xavier Beauvois, para o roteiro do coreano Lee Chan-Dong e para o africano Mahamat-Saleh Haroun acabaram por refletir, em sua estranheza, a seleção deste ano.
Entre os 19 competidores, quase não havia medalhões. Mas havia longas como "Êxodo", de Nikita Midhalkov, e "A Princesa de Montpensier", de Bertrand Tavernier, de pretensão enfadonha.
O júri ignorou o cinema que, sob a capa de autoral, é só arrogante.
(ANA PAULA SOUSA)


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