São Paulo, sexta-feira, 24 de junho de 2011

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Festival Terruá Pará reúne ícones do pop amazônico

Segunda edição do evento que congrega artistas do Pará começa hoje, no Auditório Ibirapuera, em SP

Encontro mistura estilos já conhecidos, como o carimbó, a novas propostas do Estado, como o tecnomelody

RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

É todo um universo se revelando: dezenas de artistas do Estado do Pará, de várias vertentes, estilos, propostas e épocas, se reúnem para uma apresentação coletiva, que mostra a música típica da área, o pop amazônico.
A expressão que dá nome ao festival, Terruá, do francês "terroir", designa justamente o que é particular e exclusivo de um local (como o champanhe francês, que só pode ser produzido na região de Champagne).
Se, cinco anos atrás, a primeira edição do evento já era interessantíssima, esta segunda -no mesmo Auditório Ibirapuera, em São Paulo-, está potencializada.
De lá pra cá, tanto antigos estilos recontextualizados, como o carimbó de Pinduca, quanto novas propostas, como o tecnomelody de Gaby Amarantos, se tornaram foco de interesse por todo lado.
"A proposta é bem próxima do que foi o primeiro festival, mas é outra geração, outra multiplicidade", comenta o guitarrista Pio Lobato, 39, que participou do primeiro Terruá e, antes ainda, em 2003, criou o grupo Mestres da Guitarrada, ao lado de nomes lendários do estilo, como Mestre Vieira.
O encontro entre diferentes gerações para um som contemporâneo, ao mesmo tempo retrô e moderno, é uma característica da movimentação musical do Pará.
"Para quem está em Belém, a coisa do tradicional é muito clara", observa Lobato. "E o que hoje pode ser moderno para o resto do país já tem uma certa tradição -o tecnobrega, o melody, já têm uns dez anos pelo menos. Então, digamos que é uma modernidade já tradicional", ri.
Estilos como a guitarrada, o eletromelody da Gang do Eletro, o carimbó chamegado de Dona Onete ou a "new wave" brega de Felipe Cordeiro desenham seu próprio mapa.
E o Pará gera seu próprio ecossistema autosuficiente entre aparelhagens e um esquema de venda de CDs que virou capítulo de "Free", livro do jornalista Chris Anderson, especializado em internet, que trata da geração de receita na era digital.
"Tem uma linha evolutiva que não chega pra cá", teoriza Lobato. "Vertentes que nascem e morrem lá influenciam outras vertentes que chegam no resto do país como novidade. E até pra gente é novidade. É uma história musical própria."

TERRUÁ PARÁ

QUANDO hoje e amanhã, às 21h
ONDE Auditório Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 2, tel.0/xx/11/5908-4299)
QUANTO R$ 30
CLASSIFICAÇÃO livre


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