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LIVRO LANÇAMENTO
"Homens nus" chegam ao país
"The Male Nude", livro da
editora alemã Taschen, que
chega ao Brasil em 1º de
julho, compila ilustrações e
fotografias clássicas de nus
masculinos do final do
século passado até os nossos
dias.
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CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local
Primeiro veio a arte, depois o
erotismo. Essa pelo menos foi a
ordem inicial da editora alemã
Taschen, que há 15 anos iniciou
sua carreira no mercado, publicando livros de arte a preços populares, geralmente com muitas
fotos e pouco texto.
O erotismo, porém, surgiu logo
em seguida e ganhou reforço este
ano com o volume "The Male Nude", que reúne mais de um século
de fotografias de homens nus. O
livro chega ao mercado brasileiro
dia 1º de julho (leia texto abaixo).
Em entrevista à Folha, por telefone, de Lisboa, o alemão Benedikt Taschen, criador da editora
que vende cerca de 15 milhões de
livros por ano em 65 países, falou
sobre mercado e literatura erótica.
Folha - O que vende mais: arte ou
erotismo?
Benedikt Taschen - O maior volume de vendas da Taschen são de
livros de arte, mas o catálogo é
muito maior que o de livros eróticos, por exemplo. Nosso maior
best seller é o livro sobre Salvador
Dalí, da série básica. Vendeu mais
de 1,5 milhão de cópias no mundo
inteiro até o momento.
Na coleção de eróticos, o best seller é "Erotica Universalis", um
compêndio com cerca de 800 páginas de imagens eróticas em versão
trilíngue. Ele já vendeu cerca de
500 mil cópias.
Folha - O catálogo homossexual
é maior que o heterossexual?
Taschen Não vemos distinção
entre literatura erótica heterossexual e homossexual, por isso não
privilegiamos uma ou outra. Para
nós, existe apenas boa ou má literatura erótica.
A homossexualidade é uma parte
da história do ser humano, e apenas publicamos os livros que nos
agradam esteticamente. Não importa se eles são gays ou não. Não
fazemos distinção entre as opções
sexuais.
Hoje, cerca de 60% de nossa programação erótica é de orientação
heterossexual, mas também nos
dedicamos à literatura "kinky",
uma palavra inglesa para descrever atitudes como fetichismo, voyeurismo, sadomasoquismo etc..
Folha - Você nunca teve problemas
ao juntar arte e erotismo no mesmo catálogo?
Taschen - Se você olhar a arte
durante os séculos, artistas como
Rubens, Michelângelo ou Fragonard, você verá que o nu sempre
fez parte da história da arte. Essa
combinação é também responsável pelo sucesso da editora, mas isso ocorreu também porque não fazemos livros para viver apenas três
meses depois de seu lançamento.
Eles devem durar muito tempo,
devem continuar vendendo durante cinco ou 10 anos.
Quais são os maiores mercados
da editora?
Taschen - Os EUA são o maior
mercado, com cerca de 15% do
nosso volume total de vendas. Depois vem Alemanha, França, Inglaterra e Espanha. Brasil e Portugal correspondem a cerca de 3%
do mercado mundial da Taschen.
O mercado em língua portuguesa cresceu muito nos últimos quatro anos. Hoje temos cerca de 90
títulos lançados em português e
devemos lançar mais 35 títulos no
ano que vem. O português é a
quinta língua da editora, depois de
inglês, alemão, francês e espanhol.
Folha - O oriente é um bom mercado?
Taschen - O Japão é um grande
cliente, de grande potencial, mas
não podemos vender nossa linha
erótica lá porque eles censuram
material erótico. Nossos livros
eróticos não podem ser vendidos
no Japão ou na China.
Os países asiáticos têm grande
interesse, mas ainda existem muitos problemas de censura nesses
países. O único lugar onde trabalhamos sem problemas na região é
em Hong Kong.
Nossos títulos eróticos fazem
muito sucesso nos EUA, mas não
nas livrarias, mas em vendas por
Internet ou por correspondência.
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