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Músculos
animam EUA
da Reportagem Local
Já no final do século passado, Europa e EUA se
preocupavam com o mercado consumidor masculino e lançavam revistas para
atender esse mercado.
O corpo masculino, porém, passou a despertar
mais interesse nos EUA a
partir de 1908, com o lançamento da revista mensal
"Physical Culture", criada
por Bernarr MacFadden,
que pregava a cultura do
corpo com "exercícios físicos e boa alimentação".
Nos anos 30, os concursos de "body building"
(Mr. America, Mr. Olympia, Mr. Universe) se tornam mais populares e passam a cultivar ídolos masculinos, como Charles
Atlas e Joe Wieder, e revistas para esses astros, como
"Muscle and Fitness".
Em 1945, a publicação ganha sua maior concorrente,
que logo se tornaria a principal do gênero: "Physique
Pictorial", de onde a Taschen retira uma boa parte
das imagens homoeróticas
que utiliza em seu catálogo.
Fundada por Bob Mizer,
um pioneiro da cultura gay,
como "house organ" do
estúdio de fisiculturismo
Athletic Model Guild, de
Los Angeles, a revista foi a
primeira a utilizar os trabalhos dos ilustradores Tom
of Finland e de George
Quaintance, dois clássicos
do imaginário homossexual masculino.
A revista era uma forma
de atender a demanda norte-americana, que havia se
tornado, com o fim da
guerra, a nação mais rica
do planeta, mas também
driblar seu moralismo, que
proibia imagens de nudez,
mas aceitava imagens de
homens musculosos que
divulgassem as características viris do americano.
O tiro acabou saindo pela
culatra, e a revista logo se
tornou a preferida pelo público gay, formado em parte por jovens que acabavam
de voltar da guerra e que se
instalavam em Los Angeles,
na esperança de serem
aproveitados como mão de
obra na emergente indústria cinematográfica.
O público gay da revista
acabou superando o público fisiculturista, e o simples
gosto pela publicação era
tido como código entre homossexuais. Na falta de um
papel nas telas, atuavam
ainda como modelos dessas
revistas de esportes e musculação ou como garotos de
programa.
Nos anos 50, o mercado
se ampliou ainda mais e viu
o lançamento de várias
concorrentes, como "Body
Beautiful" (cujo subtítulo
era "Studies in Masculine
Art"), "Adonis" e "American Manhood", mas perdeu força a partir dos anos
60, com a vulgarização do
mercado, que passou a investir em nus frontais e
pornografia.
(CF)
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