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Cor local tinge Anima Mundi
Festival chega à nona edição, e Brasil ocupa pódio no ranking da animação com 69 trabalhos
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
No ranking da animação, segundo o festival Anima Mundi
(que acabou domingo no Rio e recomeça amanhã em São Paulo), o
Brasil ocupa o primeiro lugar,
com 69 trabalhos, os EUA são vice
(60) e a República Tcheca guarda
uma honrosa quinta colocação
(15), atrás do Canadá (26) e do
Reino Unido (22).
Ao todo, serão exibidos 361 filmes (nos formatos cinema e vídeo), produzidos em 38 países.
Esta nona edição do festival traz,
pela primeira vez, representantes
de Taiwan, Arábia Saudita, China,
Índia, Hong Kong e Venezuela.
A seleção dos trabalhos foi feita
pelos quatro diretores do festival
-Marcos Magalhães, Cesar Coelho, Léa Zagury e Aída Queiroz-,
obedecendo ao critério da "qualidade artística, não técnica", de
acordo com Magalhães.
"Observamos se o filme tem
qualidade e se comunica sua razão de existir. Esse é o único critério comum. Como temos gostos e
orientações muito diferentes, a
seleção acaba ficando diversificada. O mesmo filme que um diretor adora outro destesta", diz.
Os 13 programas em que as produções serão apresentadas procuram mesclar estilos, técnicas e
procedências diferentes para oferecer ao espectador uma visão panorâmica. Há apenas dois módulos temáticos -um infantil e outro que têm o sexo como tema,
reunidos na alcunha Erótica.
Além da exibição de filmes, o
festival promove uma série de seis
Papos Animados, em que os realizadores Raoul Servais, Takashi
Namiki, Michaela Pavlátová,
Jean-François Laguionie, Walbercy Ribas e uma equipe do Royal College of Arts apresentarão e
discutirão suas obras; um ciclo de
palestras; dois workshops para
profissionais e diversas oficinas
em estúdios abertos, que serão
instalados nos locais de projeção.
As oficinas pemitirão contato
mais aproximado com sete técnicas de animação -desenho animado, animação com massinha,
areia, intervenção direta na película, pixel relation, computação
gráfica e a ancestral zootrópio.
Nas telas do Anima Mundi (que
ocupa salas no MIS, no Centro
Cultural Fiesp, no Espaço Unibanco, no CCBB e no Centro Brasileiro Britânico em SP), o leque
de técnicas a desfilar é bem maior.
Este ano há trabalhos realizados
em jornal, barbante e bordado,
por exemplo.
O Anima Mundi, que distribuirá R$ 19,5 mil em prêmios e tem
orçamento de R$ 1,6 milhão, incorpora nesta edição júri oficial,
além do popular. A medida atende à necessidade de "ter um julgamento mais qualificado, que contemple filmes cuja qualidade apenas um profissional pode reconhecer", como diz Magalhães. E
reflete certa mudança no perfil de
um festival criado com o objetivo
de formar público e estimular a
produção e que agora busca
maior interface com o mercado.
"A animação se expande no
Brasil. Estamos assistindo a um
mercado se formar; o festival
acompanha isso, estando atento
ao mercado e aos profissionais."
A expansão do mercado brasileiro -traduzida no recorde de
inscrições, 121- aponta para o
incremento da criação de personagens e seriados dirigidos à programação dos canais a cabo. É assunto para palestras e workshops.
ANIMA MUNDI - 9º Festival
Internacional de Animação do Brasil.
Exibição de 361 filmes e realização de
oficinas sobre técnicas de animação.
Onde: MIS (av. Europa, 158, Jardim
Europa, tel. 0/xx/11/280-0896), Centro
Cultural Fiesp (av. Paulista, 1.313, tel. 0/
xx/11/284-3639), Espaço Unibanco (r.
Augusta, 1.475, tel. 0/xx/11/288-6780),
Centro Cultural Banco do Brasil (r.
Álvares Penteado, 112, centro, tel. 0/xx/
11/3113-3652) e Centro Brasileiro
Britânico (r. Ferreira de Araújo, 741,
Pinheiros, tel. 0/xx/11/3083-6930).
Quando: de amanhã a 29 de julho.
Quanto: grátis. Senhas devem ser
retiradas nos locais de exibição, uma
hora antes do início das sessões.
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