São Paulo, terça-feira, 24 de julho de 2001

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Cor local tinge Anima Mundi

Festival chega à nona edição, e Brasil ocupa pódio no ranking da animação com 69 trabalhos

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

No ranking da animação, segundo o festival Anima Mundi (que acabou domingo no Rio e recomeça amanhã em São Paulo), o Brasil ocupa o primeiro lugar, com 69 trabalhos, os EUA são vice (60) e a República Tcheca guarda uma honrosa quinta colocação (15), atrás do Canadá (26) e do Reino Unido (22).
Ao todo, serão exibidos 361 filmes (nos formatos cinema e vídeo), produzidos em 38 países. Esta nona edição do festival traz, pela primeira vez, representantes de Taiwan, Arábia Saudita, China, Índia, Hong Kong e Venezuela.
A seleção dos trabalhos foi feita pelos quatro diretores do festival -Marcos Magalhães, Cesar Coelho, Léa Zagury e Aída Queiroz-, obedecendo ao critério da "qualidade artística, não técnica", de acordo com Magalhães.
"Observamos se o filme tem qualidade e se comunica sua razão de existir. Esse é o único critério comum. Como temos gostos e orientações muito diferentes, a seleção acaba ficando diversificada. O mesmo filme que um diretor adora outro destesta", diz.
Os 13 programas em que as produções serão apresentadas procuram mesclar estilos, técnicas e procedências diferentes para oferecer ao espectador uma visão panorâmica. Há apenas dois módulos temáticos -um infantil e outro que têm o sexo como tema, reunidos na alcunha Erótica.
Além da exibição de filmes, o festival promove uma série de seis Papos Animados, em que os realizadores Raoul Servais, Takashi Namiki, Michaela Pavlátová, Jean-François Laguionie, Walbercy Ribas e uma equipe do Royal College of Arts apresentarão e discutirão suas obras; um ciclo de palestras; dois workshops para profissionais e diversas oficinas em estúdios abertos, que serão instalados nos locais de projeção.
As oficinas pemitirão contato mais aproximado com sete técnicas de animação -desenho animado, animação com massinha, areia, intervenção direta na película, pixel relation, computação gráfica e a ancestral zootrópio.
Nas telas do Anima Mundi (que ocupa salas no MIS, no Centro Cultural Fiesp, no Espaço Unibanco, no CCBB e no Centro Brasileiro Britânico em SP), o leque de técnicas a desfilar é bem maior. Este ano há trabalhos realizados em jornal, barbante e bordado, por exemplo.
O Anima Mundi, que distribuirá R$ 19,5 mil em prêmios e tem orçamento de R$ 1,6 milhão, incorpora nesta edição júri oficial, além do popular. A medida atende à necessidade de "ter um julgamento mais qualificado, que contemple filmes cuja qualidade apenas um profissional pode reconhecer", como diz Magalhães. E reflete certa mudança no perfil de um festival criado com o objetivo de formar público e estimular a produção e que agora busca maior interface com o mercado.
"A animação se expande no Brasil. Estamos assistindo a um mercado se formar; o festival acompanha isso, estando atento ao mercado e aos profissionais."
A expansão do mercado brasileiro -traduzida no recorde de inscrições, 121- aponta para o incremento da criação de personagens e seriados dirigidos à programação dos canais a cabo. É assunto para palestras e workshops.



ANIMA MUNDI - 9º Festival Internacional de Animação do Brasil. Exibição de 361 filmes e realização de oficinas sobre técnicas de animação. Onde: MIS (av. Europa, 158, Jardim Europa, tel. 0/xx/11/280-0896), Centro Cultural Fiesp (av. Paulista, 1.313, tel. 0/ xx/11/284-3639), Espaço Unibanco (r. Augusta, 1.475, tel. 0/xx/11/288-6780), Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, centro, tel. 0/xx/ 11/3113-3652) e Centro Brasileiro Britânico (r. Ferreira de Araújo, 741, Pinheiros, tel. 0/xx/11/3083-6930). Quando: de amanhã a 29 de julho. Quanto: grátis. Senhas devem ser retiradas nos locais de exibição, uma hora antes do início das sessões.



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