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CRÍTICA
Dupla é dark nas pistas e no sofá
DA REPORTAGEM LOCAL
O segundo disco de Layo &
Bushwacka!, "Night
Works", tem faixas poderosas para as pistas, como a bombástica
"Love Story". Mas é também ótimo para se ouvir em casa. E é disso que a dupla tanto se orgulha.
É claro que tem um truquinho
aí. As músicas de "Night Works"
que chegaram aos clubes foram
trabalhadas, remixadas e lançadas em vinil. O hit "Love Story",
por exemplo, ficou conhecido
muito antes de o disco sair.
Com um refrão melancólico,
baixo e piano acústicos, "Love
Story" é uma amostra do know-how de pista dos produtores e DJs
Layo Paskin e Matthew Benjamin.
Eles, que sabem bem o momento de ode aos 80 que a música
atravessa, enfiaram ainda samples de "Mongoloid", do Devo.
Outra "arrasa-clubes" é "All
Night Long".
Que a dupla sabe fazer música
para dançar, isso não é novidade.
Seu "live PA" esteve entre as melhores coisas do último Homelands. O nome do disco (trabalhos noturnos) sugere que se trata
de música feita para se ouvir nos
clubes. Mas é também uma referência a uma inclinação dark.
O gosto pelo hip hop e por samples de blues aproximam o som
da dupla do trabalho do americano DJ Shadow, um mestre em remixes sombrios. A faixa "Shining
Through", com scratches e atmosfera dark, poderia estar em
"Private Press", mais recente álbum do DJ californiano.
O clima dark chega ao ápice em
"We Meet at Last", um breakbeat
gélido, com piano, sax e sample
de vocal sussurado, bluesy.
"Sleepy Language", com samples
de JJ Cale, lembra um Kraftwerk
com elementos de música negra.
Imagine uma "It's More Fun To
Compute" mais lenta e com guitarras à la "Shaft", de Isaac Hayes.
Chegou perto...
(CLAUDIA ASSEF)
Night Works
Artista: Layo & Bushwacka!
Lançamento: Sum Records
Quanto: R$ 27, em média
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