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São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2003

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ANIMA MUNDI

Dos estúdios Pixar, Doug Sweetland, que trabalhou em "Toy Story 2" e "Vida de Inseto", visita o festival

Animador do filme "Nemo" ensina seus truques no Brasil

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Há uma semana no Brasil, Doug Sweetland, 28, dos estúdios Pixar, não poderia estar mais animado. "Deus, quanta coisa eu não vi! Tem muito mais animação sendo feita no mundo do que eu jamais poderia imaginar", comentou anteontem no coquetel de abertura do 11º Anima Mundi o empolgado norte-americano que, entre outros trabalhos, tem em seu currículo os longas "Toy Story 2", "Vida de Inseto" e o hit do momento "Procurando Nemo".
Formado na CalArts, prestigiada escola de animação da Califórnia, e há nove anos contratado da Pixar, Sweetland participa hoje de um "papo animado" promovido pelo festival em que exibirá trechos do portifólio da empresa americana, pioneira no uso da computação gráfica. Entre eles estão curtas de John Lasseter -considerado por muitos o Disney do século 21-, como "Red's Dream" e "Knick Knack", "Geri's Game", de Jan Pinkaya, e "For the Birds", de Ralph Eggleston.
"Vou mostar os vídeos e fazer algumas considerações, não é nada para especialistas", diz o animador, que ontem deu um workshop para um seleto grupo de profissionais da área.
"Tem sido muito bom ver o entusiasmo das pessoas que vêm ao Anima Mundi. Para os padrões americanos, é impressionante. Lá, a gente trabalha muito com animação, mas, então, de repente, vai para casa", lamenta Sweetland, que, diante da trabalheira de "Vida de Inseto" -"um projeto muito ambicioso para a época em que foi feito"-, acabou ganhando uma tendinite de recordação.
"Sempre fui da opinião que a animação tratasse mais de caricaturas do que de fotorealismo. Especialmente os personagens humanos, sempre senti que [os bonecos de "Toy Story'] Woody e Buzz fossem humanos também. Em "Os Incríveis" [nova produção da Pixar, que deve sair em 2004], as proporções deles são exageradas, e espero que estabeleçam um novo padrão para como os humanos são retratados, como cartuns. Não queremos substituir atores."
"Nós tentamos ao máximo indicar a realidade até um certo ponto, mas daí a ter um peixe que fala vai bem além", brinca, referindo-se ao trabalho minucioso que o estúdio teve para reconstruir o oceano em "Procurando Nemo". "Tem que buscar um equilíbrio a cada filme."
3D é o futuro da animação? "Não, é só uma nova onda, que deve acabar rebatendo. O que ela pode fazer é forçar a animação em 2D a ser mais contundente e fazer escolhas mais inteligentes. Ela esteve adormecida por um tempo", diz o animador, fã dos desenhos da TV "South Park" e "Bob Esponja".


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