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ANIMA MUNDI
Dos estúdios Pixar, Doug Sweetland, que trabalhou em "Toy Story 2" e
"Vida de Inseto", visita o festival
Animador do filme "Nemo" ensina seus truques no Brasil
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Há uma semana no Brasil, Doug
Sweetland, 28, dos estúdios Pixar,
não poderia estar mais animado.
"Deus, quanta coisa eu não vi!
Tem muito mais animação sendo
feita no mundo do que eu jamais
poderia imaginar", comentou anteontem no coquetel de abertura
do 11º Anima Mundi o empolgado norte-americano que, entre
outros trabalhos, tem em seu currículo os longas "Toy Story 2",
"Vida de Inseto" e o hit do momento "Procurando Nemo".
Formado na CalArts, prestigiada escola de animação da Califórnia, e há nove anos contratado da Pixar, Sweetland participa hoje de um "papo animado" promovido pelo festival em
que exibirá trechos do portifólio
da empresa americana, pioneira
no uso da computação gráfica.
Entre eles estão curtas de John
Lasseter -considerado por
muitos o Disney do século 21-,
como "Red's Dream" e "Knick
Knack", "Geri's Game", de Jan
Pinkaya, e "For the Birds", de
Ralph Eggleston.
"Vou mostar os vídeos e fazer
algumas considerações, não é
nada para especialistas", diz o
animador, que ontem deu um
workshop para um seleto grupo
de profissionais da área.
"Tem sido muito bom ver o
entusiasmo das pessoas que
vêm ao Anima Mundi. Para os
padrões americanos, é impressionante. Lá, a gente trabalha
muito com animação, mas, então, de repente, vai para casa",
lamenta Sweetland, que, diante
da trabalheira de "Vida de Inseto" -"um projeto muito ambicioso para a época em que foi
feito"-, acabou ganhando
uma tendinite de recordação.
"Sempre fui da opinião que a
animação tratasse mais de caricaturas do que de fotorealismo.
Especialmente os personagens
humanos, sempre senti que [os
bonecos de "Toy Story'] Woody
e Buzz fossem humanos também. Em "Os Incríveis" [nova
produção da Pixar, que deve
sair em 2004], as proporções deles são exageradas, e espero que
estabeleçam um novo padrão
para como os humanos são retratados, como cartuns. Não
queremos substituir atores."
"Nós tentamos ao máximo indicar a realidade até um certo
ponto, mas daí a ter um peixe
que fala vai bem além", brinca,
referindo-se ao trabalho minucioso que o estúdio teve para reconstruir o oceano em "Procurando Nemo". "Tem que buscar
um equilíbrio a cada filme."
3D é o futuro da animação?
"Não, é só uma nova onda, que
deve acabar rebatendo. O que
ela pode fazer é forçar a animação em 2D a ser mais contundente e fazer escolhas mais inteligentes. Ela esteve adormecida
por um tempo", diz o animador, fã dos desenhos da TV
"South Park" e "Bob Esponja".
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