São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 2006

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Crítica

"Adeus, Lênin" questiona identidades

MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Filme-sensação da Mostra de Cinema de São Paulo, edição de 2003, "Adeus, Lênin" é atração da manhã de hoje do Telecine Premium e permite uma reavaliação depois do frisson que teve na época de seu lançamento.
A identidade e a memória são questões cruciais no enredo do filme dirigido pelo alemão Wolfgang Becker. Narra os esforços do jovem Alex (Daniel Brühl) em criar um mundo de faz-de-conta para sua mãe, Christiane (Katrin Sass), ex-militante dos ideais coletivistas da antiga Alemanha Oriental. Após sofrer um infarto, ela tem um coma e volta para casa, mas não pode passar por estresses emocionais.
Becker é hábil em conduzir com uma mescla inteligente de humor e amarga nostalgia a saga de Alex, que lança mão de expedientes dos mais diversos -recuperação de pepinos e ervilhas em conserva do antigo regime, fitas de programas da TV estatal, trupes de meninos-cantores que exaltam a pátria socialista- para tentar confortar sua mãe em seu antigo universo planificado.
O tom de certo amargor vem colocado pouco a pouco no filme, como no encontro de Alex com um ex-cosmonauta que virou motorista de táxi e no triunfo algo pasteurizado dos símbolos capitalistas, como a rede de fast-food onde sua irmã trabalha.


ADEUS, LÊNIN
Quando:
hoje, às 8h50
Onde: Telecine Premium



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