São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2008

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Artistas se destacam pela multiplicidade

DA REPORTAGEM LOCAL

No lugar da ruptura com o passado que marcou a chamada geração 80, que assumiu a pintura como oposição à arte experimental dos anos 70, essa geração do século 21 desdobra uma tradição artística já consolidada no Brasil: são artistas que se reconhecem como parte de uma genealogia nacional que tem na origem Hélio Oiticica, Lygia Clark e os mais recentes Waltercio Caldas e Tunga.
"Eles têm uma relação de pertencimento com artistas mais velhos do próprio país e, ao mesmo tempo, com artistas da mesma idade de outros países", afirma o curador Moacir dos Anjos. "Isso dá a eles uma certa mobilidade, um frescor, que permite transitar da pintura para o objeto, para a instalação."
É o caso de Tatiana Blass, que se destacou pela produção em vários suportes. "Ela tem coragem de experimentar por vários meios, e neles exibe bastante liberdade", diz Rodrigo Moura, curador da próxima "Paralela" e do Centro de Arte Contemporânea Inhotim (MG). "A Tatiana se beneficia do ambiente de pintura feito em São Paulo desde a geração 80, com a Casa 7, mas o renova."
Henrique Oliveira também renova a pintura que viu na geração anterior. "Ele está levando a questão da pintura à fronteira da instalação de uma maneira muito especial", diz o curador Agnaldo Farias. "Sua pesquisa plástica tem algo novo, muita vitalidade, frescor."
Na opinião da diretora do Paço das Artes, Daniela Bousso, Oliveira "trabalha com os limites da pintura", traduzindo sua "gestualidade viril" para o plano tridimensional. "Ele traz de volta a vibração da cor."
Para ela, outro expoente dessa nova pintura, Paulo Almeida trabalha "a questão do real trazido para o plano bidimensional". "Ele se defronta com o espaço representado ipsis litteris."
Se seus pares encontraram boa acolhida no mercado, Naiah Mendonça demonstra a "mobilidade" que caracteriza a geração assumindo uma trajetória em vídeo. "É um retrato geracional, tem algo de perplexidade, desses impasses de juventude", diz Paulo Herkenhoff sobre o vídeo de Mendonça que escolheu para a mostra "Laços do Olhar", em cartaz no Instituto Tomie Ohtake. (MG e SM)


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