São Paulo, sexta-feira, 24 de julho de 2009

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Política cultural revitalizou
Coreia do Sul

ESPECIAL PARA A FOLHA

Crise conjuntural, mas também estrutural: a tecnologia de captação de imagens deu um passo à frente com o digital e permitiu a eclosão de dezenas de novos cineastas em diversas latitudes, como aconteceu por exemplo na China, mas não houve uma renovação semelhante na exibição. Em parte, porque as tentativas de utilização da internet para a distribuição de cinema, independente ou não, ainda não vingaram.
Mesmo assim, alguns países conseguiram se reinventar nos últimos anos no setor cinematográfico, como aconteceu na Coreia do Sul e na Indonésia. Na Coreia do Sul, uma vigorosa política cultural de apoio ao cinema -tanto o cinema comercial quanto o cinema mais independente- permitiu uma ocupação de 43% do mercado exibidor em 2008, com 113 filmes produzidos. Ao mesmo tempo, toda uma nova geração de cineastas eclodiu nos principais festivais do mundo, resultado de um investimento consistente em escolas de cinema.
O Korean Film Council está interrompendo temporariamente suas atividades -segundo observadores europeus, vítima de seu sucesso e de muita pressão externa. É provável que filmes norte-americanos voltem a ocupar o espaço que perderam nos últimos anos por lá. De qualquer forma, a Coreia do Sul provou que uma política de Estado bem realizada no audiovisual pode instaurar uma indústria nacional de fato. Em um momento em que o cinema norte-americano tropeça, o exemplo é, no mínimo, inspirador para o Brasil. (WALTER SALLES)


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