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Política cultural revitalizou
Coreia do Sul
ESPECIAL PARA A FOLHA
Crise conjuntural, mas também estrutural: a tecnologia de
captação de imagens deu um
passo à frente com o digital e
permitiu a eclosão de dezenas
de novos cineastas em diversas
latitudes, como aconteceu por
exemplo na China, mas não
houve uma renovação semelhante na exibição. Em parte,
porque as tentativas de utilização da internet para a distribuição de cinema, independente
ou não, ainda não vingaram.
Mesmo assim, alguns países
conseguiram se reinventar nos
últimos anos no setor cinematográfico, como aconteceu na
Coreia do Sul e na Indonésia.
Na Coreia do Sul, uma vigorosa
política cultural de apoio ao cinema -tanto o cinema comercial quanto o cinema mais independente- permitiu uma ocupação de 43% do mercado exibidor em 2008, com 113 filmes
produzidos. Ao mesmo tempo,
toda uma nova geração de cineastas eclodiu nos principais
festivais do mundo, resultado
de um investimento consistente em escolas de cinema.
O Korean Film Council está
interrompendo temporariamente suas atividades -segundo observadores europeus, vítima de seu sucesso e de muita
pressão externa. É provável
que filmes norte-americanos
voltem a ocupar o espaço que
perderam nos últimos anos por
lá. De qualquer forma, a Coreia
do Sul provou que uma política
de Estado bem realizada no audiovisual pode instaurar uma
indústria nacional de fato. Em
um momento em que o cinema
norte-americano tropeça, o
exemplo é, no mínimo, inspirador para o Brasil.
(WALTER SALLES)
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