da Reportagem Local

A viúva do escritor Graciliano Ramos (1892-1953), a funcionária pública aposentada Heloísa Medeiros Ramos, morreu ontem aos 89 anos, por falência múltipla dos órgãos, em Salvador (BA), onde morava havia cinco anos. Ela estava internada havia 20 dias em decorrência de uma infecção respiratória.
Heloísa, que cuidava pessoalmente dos direitos autorais de Graciliano desde a morte deste, morava com a filha Luiza Amado, casada com o irmão do escritor Jorge Amado, James.
Segundo Luiza, única sobrevivente dos sete filhos de Graciliano Ramos, a mãe morreu enquanto dormia, durante a madrugada de ontem.
Heloísa e Graciliano se casaram em 1926, 11 anos após a morte da primeira esposa do escritor, Maria Augusta de Barros, que morreu cinco anos após o casamento, deixando quatro filhos.
Com Heloísa, Graciliano teve os também escritores Ricardo e Clara Ramos, ambos mortos, além de Luiza. Para a segunda mulher, ele escreveu uma série de cartas, publicadas em 94 com o título "Cartas de Amor a Heloísa" (Record).
Os direitos sobre a obra de Graciliano Ramos, autor de "São Bernardo", "Vidas Secas" e "Memórias do Cárcere" (também da Record), devem ficar agora sob os cuidados de sua filha Luiza.


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