São Paulo, sexta-feira, 24 de agosto de 2001

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RUÍDO

OMB na berlinda

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Esquenta a guerra entre a Ordem dos Músicos do Brasil (OMB) e a classe musical. Buscando representar a segunda facção, o deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) conseguiu colocar na pauta de votação da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara um projeto de lei que propõe a extinção da OMB.
"Sem entrar no mérito da má gestão e da ausência de atuação na defesa da ética e da boa música, entendo que o exercício da atividade de músico não necessita de uma ordem. A música para muitos é um dom natural. Que ética pode ferir aquele que tem profissão e não vive de música, mas toca e canta em festas e bares por diletantismo? Para a OMB ele é criminoso e está incorrendo em contravenção", posiciona-se o deputado.
De seu lado, o presidente da OMB, Wilson Sândoli, 69, ataca: "Esse deputado quer é fazer campanha política para pegar voto. Não tem cabimento, o projeto diz que os bens da OMB deverão ir para a União, mas tudo que temos foi comprado com dinheiro da classe musical, não da União".
"Acabando a ordem, vem estrangeiro, acaba tudo. A OMB funciona perfeitamente, se há algo errado não foi feito por mim", diz Sândoli, que preside a instituição há 36 anos. "Comprei três andares para a nova sede, tudo pago pela ordem. Agora é a pior fase da classe musical brasileira, por isso luto em Brasília pela volta dos cassinos. É jogo, mas era um campo de trabalho para músicos, o que se vai fazer?", pergunta.


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