São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2004

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RUÍDO

Sony BMG já define diretores regionais

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Acelera-se o processo de fusão entre as grandes gravadoras BMG e Sony, com o anúncio de quatro presidentes regionais da nova "Sony BMG Music Entertainment". A direção da Sony BMG Latina ficará a cargo de Frank Welzer, que já acumulava a presidência latino-americana da Sony Music e a presidência interina da Sony brasileira.
Oriundo da BMG britânica, Tim Bowen, escolhido para presidir a nova corporação no Reino Unido, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul, já anunciou os novos presidentes das filiais britânica e australiana/neozelandesa, ambos egressos dos quadros da Sony.
Aqui, apesar dos indícios a princípio favoráveis à Sony, as duas gravadoras ainda vivem a expectativa sobre quem comandará a filial brasileira.
"O processo da fusão ainda aguarda aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) no Brasil", afirma o presidente da BMG, Luiz Oscar Niemeyer, que completa: "As operações da BMG Brasil transcorrem dentro da normalidade.Não há qualquer preparação prévia para a fusão".
O vice-presidente artístico, de marketing e vendas da Sony brasileira, Alexandre Schiavo, não alimenta especulações de que Welzer seria efetivado presidente local do novo conglomerado. "A Sony BMG Enterteinment declarou que o processo de fusão deve estar completo até junho de 2005", diz.

O NÃO-LANÇAMENTO

A EMI segue sem dar importância aos polpudos anos 70 de Marcos Valle, que forneceriam agudo referencial de comparação entre os patriotismos e patriotadas da ditadura e os de agora, do Brasil lulista. Sufocado (ou afogado, como sugeria a capa), "Previsão do Tempo" (73) foi seu auge de tensão e intensidade. "Samba Fatal" lamentava o suicídio do poeta tropicalista Torquato Neto (1944-72), sem citar seu nome. As hippies "Nem Paletó, Nem Gravata" e "Mentira" (recém-resgatada por Marcelo D2) metiam o pé na canela do sistema. "Não Tem Nada, Não" (parceria com João Donato e Eumir Deodato) flertava com o escapismo anestesiado do desbunde. "Flamengo Até Morrer" pisava nas brechas da censura para tentar criticar o governo Médici -confusa, foi entendida como o contrário, um hino ufanista.

SEM PARAR
Segundo Alexandre Schiavo, a indefinição não afeta a Sony: "Contratamos Vinimax e Belo, temos novos de Br'Oz, Vanessa da Mata, Marcelo D2, Cidade Negra, KLB e Pique Novo, estão em estúdio Araketu, Emmerson Nogueira, Roberto Carlos, Zezé di Camargo & Luciano e Keops & Raony". Da BMG, diz Luiz Oscar Niemeyer: "A rotina segue normal, de acordo com o planejado para este ano". Ainda faltam sair em 2004 Luiz Cláudio & Giuliano, Fábio Jr., Chiclete com Banana, Lenine e Bruno & Marrone.

WARNER SEM CAPONE
A Warner diz que não definirá por enquanto novo diretor artístico, em substituição a Tom Capone, morto num acidente. "Todos os nossos projetos estão finalizados até dezembro. Provavelmente só em janeiro começaremos a trabalhar neste sentido", diz o diretor de marketing, Marcelo Maia.

BARÃO SEM CAPONE
Quanto ao Barão Vermelho, com que Capone vinha trabalhando, Maia afirma: "Frejat e o engenheiro de som Alvaro Alencar estão mixando o CD, que estava 80% pronto". Fala Frejat: "Estamos finalizando dolorosamente. Queremos fazer uma coisa de que ele se sentisse orgulhoso".

psanches@folhasp.com.br


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