São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2006

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Crítica/DVD

Caixa concentra o humor corrosivo e o show de Laurie

LEONARDO CRUZ
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

Qual o melhor tratamento para inflamação no intestino? "Dois cigarros por dia. Nem mais nem menos", receita o dr. Gregory House. Entre as muitas séries médicas que entopem as artérias da TV paga, não há nada tão corrosivo quanto "House".
Esse momento "mundo de Marlboro" está no quinto episódio da primeira temporada, lançada em DVD no Brasil numa caixa com seis discos, 22 episódios e seis bons extras.
As (muitas) qualidades e os (poucos) defeitos da série são latentes desde o piloto, quando House e seus três asseclas atendem uma jovem professora primária à beira da morte.
O sarcasmo do texto já está lá. Ao discutir com a diretora do hospital, House rebate as cobranças por sua omissão citando o filósofo Jagger: "You can't always get what you want".
A força interpretativa de Hugh Laurie também. O inglês que vive o infectologista manco viciado em analgésicos constrói um personagem sombrio mas ao mesmo tempo irônico.
É a alma da série, o grande ator dramático da TV paga atual.
E a fórmula também. Os episódios seguem a estrutura 1) apresentação do paciente; 2) tentativas frustadas de curá-lo; e 3) clímax em que House decifra a doença misteriosa. É uma camisa-de-força narrativa, praga que assola outras séries como "C.S.I." e "Without a Trace". Felizmente, o criador David Shore tem conseguido, ao longo das temporadas, afrouxar um pouco as amarras.


HOUSE    
Criador:
David Shore
Distribuidora: Universal (R$ 119,90)


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