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Crítica/DVD
Caixa concentra o humor corrosivo e o show de Laurie
LEONARDO CRUZ
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA
Qual o melhor tratamento para inflamação no intestino? "Dois
cigarros por dia. Nem mais nem
menos", receita o dr. Gregory
House. Entre as muitas séries
médicas que entopem as artérias da TV paga, não há nada tão
corrosivo quanto "House".
Esse momento "mundo de
Marlboro" está no quinto episódio da primeira temporada,
lançada em DVD no Brasil numa caixa com seis discos, 22
episódios e seis bons extras.
As (muitas) qualidades e os
(poucos) defeitos da série são
latentes desde o piloto, quando
House e seus três asseclas atendem uma jovem professora primária à beira da morte.
O sarcasmo do texto já está
lá. Ao discutir com a diretora do
hospital, House rebate as cobranças por sua omissão citando o filósofo Jagger: "You can't always get what you want".
A força interpretativa de
Hugh Laurie também. O inglês
que vive o infectologista manco
viciado em analgésicos constrói um personagem sombrio
mas ao mesmo tempo irônico.
É a alma da série, o grande ator
dramático da TV paga atual.
E a fórmula também. Os episódios seguem a estrutura 1)
apresentação do paciente; 2)
tentativas frustadas de curá-lo;
e 3) clímax em que House decifra a doença misteriosa. É uma
camisa-de-força narrativa, praga que assola outras séries como "C.S.I." e "Without a Trace". Felizmente, o criador David Shore tem conseguido, ao
longo das temporadas, afrouxar um pouco as amarras.
HOUSE
Criador: David Shore
Distribuidora: Universal (R$ 119,90)
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