|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ganenses mesclam dança e acrobacia
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Formada há nove anos em Gana, na África, A Kakaloi Dance
Company, uma trupe de dançarinos e acrobatas, vai apresentar-se
pela primeira vez no Brasil durante "O Riso da Terra", em João Pessoa. A estréia será no dia 25 de novembro, numa performance que
contracenará com o ritmo e os
passos da banda cabaçal dos Irmãos Aniceto, do Ceará.
Em entrevista por e-mail, o diretor e um dos fundadores da Kakaloi, Raphael Tetteh Okai, conta
que o nome da companhia significa "bravos guerreiros". Decorre
da trajetória de resistência da trupe em não sucumbir à falta de recursos financeiros, no início,
quando precisavam comprar instrumentos musicais e figurinos,
por exemplo, e também da disposição e disciplina dos 24 jovens artistas do elenco (16 músicos e dançarinos e oito acrobatas).
A gênese está nas aulas que Okai
ministrava na rede de escolas públicas de Acra, a capital ganense.
Foi ali que ele começou a recrutar
crianças e adolescentes que demostravam talento para o palco.
O grupo foi consolidado dois
anos depois.
O momento de maior visibilidade para a Kakaloi aconteceu em
94, quando foi selecionada para
representar a região da Grande
Acra no festival nacional de artes.
Foi o suficiente para conquistar
o status de uma das companhias
mais inventivas de Gana no campo das artes cênicas e circenses.
Okai afirma que a combinação
de elementos da dança popular e
da acrobacia circense veio à luz
pela primeira vez em 94, durante
os ensaios que comandava em outro grupo, Asasesu, para o espetáculo "Children of the Earth"
(Crianças da Terra). Sua intenção
era acentuar a comicidade nas cenas, recurso que foi aprovado por
público e crítica.
"O que a gente vai mostrar no
Brasil é justamente essa mistura
de técnica de acrobacia com comédia e dança afro", afirma o diretor. Ele associa o Brasil à imagem do Carnaval que, na sua opinião, também funde as duas bases
criativas da Kakaloi.
(VS)
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Destaques Índice
|