São Paulo, quarta-feira, 24 de outubro de 2001

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PERSONALIDADE

Filhas do jogador insistem em danos morais

Disputa sobre Garrincha ganha dois novos recursos na Justiça

DA SUCURSAL DO RIO

A disputa judicial entre as filhas de Garrincha e a editora Companhia das Letras, que já envolveu até argumentação de um desembargador a respeito do tamanho do pênis do jogador, enfrenta agora dois novos recursos para mudar a última decisão do Tribunal de Justiça do Rio.
A disputa na Justiça começou em 1995, quando o livro "Estrela Solitária - Um Brasileiro Chamado Garrincha" foi lançado. Desde então, as herdeiras movem um processo por danos morais e materiais contra o autor, Ruy Castro, e a editora. Elas alegam que o livro invade a privacidade do pai ao tratar, principalmente, do alcoolismo do jogador. Também reclamam do uso de imagens do jogador sem autorização da família.
A última decisão da Justiça, de julho deste ano, deu às filhas o direito de serem indenizadas apenas por danos materiais, devendo receber 5% do valor de capa dos livros da editora.
O advogado da Companhia das Letras, Manuel Alceu Ferreira, entrou há duas semanas com um embargo para que a decisão seja reavaliada. Luís Eduardo Salles Nobre, advogado da família de Garrincha, não concorda com o valor da indenização e também irá recorrer da decisão assim que o recurso da editora for julgado.
A decisão de descartar indenização por danos morais chamou a atenção pela argumentação do desembargador e relator João Wehbi Dib. Para fundamentar seu voto, ele divagou sobre o tamanho do pênis de Garrincha, alegando que "as asseverações de possuir um órgão sexual de 25 centímetros e ser uma máquina de fazer sexo, antes de serem ofensivas, são elogiosas, malgrado custa crer que um alcoolista tenha tanta potência sexual".


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