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MÚSICA
Orquestra Sinfônica do Estado de SP, regida por John Neschling e Roberto Minczuk, realiza 20 concertos nos EUA
Osesp começa sua "batalha internacional"
MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo começa na noite
de amanhã, nos EUA, uma turnê
internacional que seu diretor e
maestro titular, John Neschling,
descreve como "um ato de bandeirantes". "Estamos prontos para a batalha", disse ele à Folha em
conversa por telefone, de Los Angeles.
"Tudo vai bem; os músicos estão ansiosos, mas também imensamente entusiasmados", fala
Neschling, que acompanha um
grupo de 138 pessoas -das quais
108 são instrumentistas- em
evento visto pela entidade, pelo
maestro e por parte dos fãs da
Osesp como um marco para a
música erudita no Brasil.
Assim, a palavra "bandeirante"
retorna em sua fala: "Estamos no
papel de desbravadores", diz ele.
A tarefa é então chegar a um território desconhecido, virgem. Ao
menos para as orquestras nacionais.
A Osesp inicia suas apresentações na Califórnia e depois parte
em viagem por Nova York, Miami, Orlando e Atlanta, totalizando 18 cidades norte-americanas e
20 concertos. Nunca antes uma
orquestra brasileira tinha passado
pela mesma experiência.
Mas o que Neschling procura
ressaltar é ainda o caráter profissional da turnê, que não acontece
em razão de gentilezas diplomáticas entre governos, e, sim, por fatores comerciais. A Osesp cresce,
a Osesp grava e a Osesp quer ser
vista.
Europa
"Os ingressos para os concertos
estão praticamente todos vendidos, e as salas em que nos apresentaremos são ótimas. Enfim, estamos sendo muito bem tratados
aqui", diz Neschling. A turnê foi
organizada por uma agência privada, a Cami (Columbia Artists
Management Inc.), que pode contribuir para o esperado próximo
passo para a Osesp: apresentações
na Europa.
Este momento da Orquestra
Sinfônica do Estado de São Paulo
marca os cinco anos de um projeto de reestruturação da entidade,
nos quais o que se busca é a profissionalização e a excelência.
A idéia agora, depois da passagem pelos EUA, é intensificar esse
processo e, por essa razão, um
bom entendimento com o público e a crítica norte-americana parece ser essencial.
E eles assistirão à Osesp executando de Johannes Brahms a Heitor Villa-Lobos, passando por
Marlos Nobre e Camargo Guarnieri.
Serão, ao final, 11 programas diferentes, e John Neschling dividirá a regência com Roberto Minczuk. Além disso, alguns solistas
convidados estarão ao lado da
Osesp nos Estados Unidos: os violonistas do Duo Assad, que se
apresentam em 18 concertos, e a
Banda Mantiqueira, em outros
dois.
Haverá clássicos, nacionais e
europeus, mas também um pouco da música popular brasileira.
"Estamos nas nossas primeiras
horas aqui e sabemos o quanto essa turnê é importante para a
Osesp e também para a música
erudita no Brasil", fala John Neschling. "Isso cria uma grande excitação. Ao menos por enquanto,
tudo está ótimo, e estamos prontos para começar essa briga."
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