São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 2000

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EVENTO
Professor coloca em debate o legado dessa civilização
"Folha e a Escola do Masp" trata de características da arte egípcia

DA REPORTAGEM LOCAL

Primitiva, conservadora e funerária são atribuições que a arte egípcia não possui, ao contrário do que pregam os manuais de história da arte. Essa foi a tese defendida por Antonio Brancaglion Junior, professor de história da arte egípcia do Museu de Arte de São Paulo, em palestra do curso "Folha e a Escola do Masp".
"Arte Egípcia" foi a palestra inaugural do ciclo sobre história da arte que aborda movimentos artísticos e arte de civilizações antigas, sempre com base no acervo do museu, e ocorreu no dia 6 de novembro, no auditório da Folha.
Brancaglion, responsável científico pelas coleções egípcias do Masp e do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, acentuou o desafio de falar da arte de uma civilização que nem sequer possuía uma palavra para designar arte.
O professor deu conceitos gerais sobre a função da arte egípcia e, em seguida, esmiuçou as leis de representação humana e do mundo dessa civilização em suas obras, por meio de slides.
Segundo Brancaglion, a arte egípcia não é primitiva no sentido de simplicidade estética ou técnica. "Ela é primitiva no sentido em que busca o primeiro, a essência das coisas", explicou. Quanto a ela ser conservadora, afirmou que "sua missão é conservar a essência do ser e apenas nesse sentido pode ser assim designada".
Em relação à atribuição "funerária", Brancaglion disse que "os egípcios reproduziam tudo o que estava voltado ao mundo dos mortos e dos deuses com matérias-primas duráveis, ao passo que o cotidiano era representado em materiais pouco resistentes".
Assim, os templos e túmulos egípcios são feitos de pedra, enquanto os palácios e casas são feitos de tijolos, o que induz ao erro de considerar essa arte funerária.


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