|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EVENTO
Professor coloca em debate o legado dessa civilização
"Folha e a Escola do Masp" trata de características da arte egípcia
DA REPORTAGEM LOCAL
Primitiva, conservadora e funerária são atribuições que a arte
egípcia não possui, ao contrário
do que pregam os manuais de história da arte. Essa foi a tese defendida por Antonio Brancaglion Junior, professor de história da arte
egípcia do Museu de Arte de São
Paulo, em palestra do curso "Folha e a Escola do Masp".
"Arte Egípcia" foi a palestra
inaugural do ciclo sobre história
da arte que aborda movimentos
artísticos e arte de civilizações antigas, sempre com base no acervo
do museu, e ocorreu no dia 6 de
novembro, no auditório da Folha.
Brancaglion, responsável científico pelas coleções egípcias do
Masp e do Museu de Arqueologia
e Etnologia da USP, acentuou o
desafio de falar da arte de uma civilização que nem sequer possuía
uma palavra para designar arte.
O professor deu conceitos gerais sobre a função da arte egípcia
e, em seguida, esmiuçou as leis de
representação humana e do mundo dessa civilização em suas
obras, por meio de slides.
Segundo Brancaglion, a arte
egípcia não é primitiva no sentido
de simplicidade estética ou técnica. "Ela é primitiva no sentido em
que busca o primeiro, a essência
das coisas", explicou. Quanto a
ela ser conservadora, afirmou que
"sua missão é conservar a essência do ser e apenas nesse sentido
pode ser assim designada".
Em relação à atribuição "funerária", Brancaglion disse que "os
egípcios reproduziam tudo o que
estava voltado ao mundo dos
mortos e dos deuses com matérias-primas duráveis, ao passo
que o cotidiano era representado
em materiais pouco resistentes".
Assim, os templos e túmulos
egípcios são feitos de pedra, enquanto os palácios e casas são feitos de tijolos, o que induz ao erro
de considerar essa arte funerária.
Texto Anterior: Loucura urbana marca curtas Próximo Texto: Rádio: Programa traz curiosidades ao dial das FMs Índice
|