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Crítica
Para Coppola, vencer não é tudo na vida
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O capitalismo é risco, existe o
hábito de dizer. Como todo hábito, quase inteiramente irrefletido. Pois uma coisa é você se
chamar Ford ou GM, outra é se
chamar Tucker.
Entre os dois, é claro que
Francis Ford Coppola, esse
"expert" em capitalismo (ou,
pelo menos, em falências), ficaria com Tucker, o aventureiro,
contra os barões de Detroit.
"Tucker - Um Homem e
Seu Sonho" (Fox, 22h) ilustra
bem o "parti-pris" de Coppola.
Vencer não é tudo na vida. A
poesia está no caminho que se
traça, não no resultado final da
jornada, é o que parece nos dizer com seu filme.
Pois Tucker é o homem
cheio de idéias, disposto a revolucionar a indústria automobilística. Para tanto, cria um carro com seu nome. Alguém já
ouviu falar dos Tucker? Só fanáticos por carros.
Coppola recoloca na ordem
do dia esse mito, com a ajuda
de um exuberante Jeff Bridges.
Mas ninguém duvide: é de si
mesmo que ele está falando.
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