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Crítica/"Em Busca do Cálice Sagrado"
Extras amplificam besteirol do clássico do Monty Python
SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA
Os Cavaleiros que Dizem Ni falam japonês e
o dia-a-dia na festiva
Távola Redonda é recriado com
bonecos de Lego na "edição extraordinariamente de luxo" de
"Em Busca do Cálice Sagrado"
(1975), besteirol antológico que
tornou o grupo inglês Monty
Python popular também fora
do Reino Unido e dos EUA.
O filme já havia sido lançado
em DVD no Brasil, mas apenas
com trailers entre os extras.
Agora, ele é que se tornou quase
um apêndice da vasta seleção
de atrações especiais reunidas
para celebrar o já consolidado
status "cult" dessa paródia sobre o rei Arthur, a corte de Camelot e o Santo Graal.
Na temporada em que "O Código Da Vinci" foi um êxito de
bilheteria ao levar a sério a busca pelo que seria -com variações que incomodaram setores
da Igreja Católica- o cálice sagrado, fica ainda mais divertido
lembrar como o tema já havia
sido transformado em pó pelo
humor iconoclasta do Monty
Python.
A gozação começa com Arthur (Graham Chapman), rei
dos bretões, recrutando cavaleiros para a corte de Camelot.
Sua jornada o reunirá a Sir Lancelot (John Cleese), Sir Robin
(Eric Idle) e Sir Bedevere
(Terry Jones), entre outros
atrapalhados cavaleiros, e o levará a enfrentar os franceses,
um coelho mortífero e diversos
percalços.
Documentários
Cada um dos seis integrantes
do grupo -os demais são Terry
Gilliam, que divide a direção
com Jones, e Michael Palin-
interpreta vários papéis.
O sexteto assina o roteiro, cuja estrutura se assemelha a
quadros de humor que se sucedem como nos programas de
TV que revelaram o grupo no final dos anos 60.
As circunstâncias de realização de "Em Busca do Cálice Sagrado" são exploradas, em especial, por dois documentários
incluídos no disco de extras:
um programa da BBC transmitido em 19 de dezembro de
1974, com entrevistas feitas durante as filmagens, e um retorno de parte da equipe aos cenários, 25 anos depois.
O pacote "sério" traz ainda
algo que o tempo se encarregou
de também deixar engraçado: a
crítica dedicada ao filme pelo
boletim de maio de 1975 do British Film Institute, peça de humor involuntário (e um tanto britânico, no mau sentido) que
sintetiza como o Monty
Python, hoje "clássico", navegava contra a corrente.
Muito mais volumoso, no entanto, é o material extra que
procura se integrar ao tom de
paródia de "Em Busca do Cálice
Sagrado", sem alcançar o tempo todo o mesmo resultado.
Os números musicais são isolados em videoclipes com legendas para "cantar junto", por exemplo, e um quiz oferece testes de conhecimentos com diferentes graus de dificuldade.
Entre as principais curiosidades, o "storyboard" (desenho
prévio de seqüências) de cenas
que não chegaram a ser filmadas, como a da luta contra uma
lesma gigante.
E, claro, a dublagem em japonês para as cenas da chegada ao
castelo sob domínio francês, no
início, e a dos Cavaleiros que
Dizem Ni. Parece coisa do
Monty Python, mas não é.
EM BUSCA DO CÁLICE SAGRADO
Direção: Terry Gilliam, Terry Jones
Distribuidora: Sony
Quanto: R$ 33,90, em média
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