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Crítica
Kazan foi mais universal que John Hughes
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em "Vidas Amargas"
(TCM, 17h30; classificação não
informada), de Elia Kazan, a
busca tresloucada de Cal Trask,
filho desprezado pelo pai, é sobretudo pelo eixo do mundo.
Bem diferentes são os nerds
do longa de John Hughes "Mulher Nota 1000" (TC Cult,
22h; não indicado a menores
de 12 anos), que criam no computador uma mulher ideal,
com a segurança a quatro paredes que a virtualidade oferece.
É justamente o modo de estar no mundo dos diretores que
explica melhor esses filmes.
Kazan, voltado para a dimensão universal do homem, atirou-se à vida, inclusive "suicidando-se" ao delatar a favor
dos anticomunistas do macarthismo. Hughes optou pelo registro de época em seus longas,
abordando uma juventude
mais enclausurada em suas casas e vidinhas, e assinando alguns preciosos clássicos que situaram os anos 80, como "Curtindo a Vida Adoidado". No
mais, se Hughes, aos 58 anos,
não filma desde 1991, Kazan filmou até a morte, sob metralhas
de seus colegas.
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