São Paulo, quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

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Crítica

Kazan foi mais universal que John Hughes

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em "Vidas Amargas" (TCM, 17h30; classificação não informada), de Elia Kazan, a busca tresloucada de Cal Trask, filho desprezado pelo pai, é sobretudo pelo eixo do mundo.
Bem diferentes são os nerds do longa de John Hughes "Mulher Nota 1000" (TC Cult, 22h; não indicado a menores de 12 anos), que criam no computador uma mulher ideal, com a segurança a quatro paredes que a virtualidade oferece.
É justamente o modo de estar no mundo dos diretores que explica melhor esses filmes. Kazan, voltado para a dimensão universal do homem, atirou-se à vida, inclusive "suicidando-se" ao delatar a favor dos anticomunistas do macarthismo. Hughes optou pelo registro de época em seus longas, abordando uma juventude mais enclausurada em suas casas e vidinhas, e assinando alguns preciosos clássicos que situaram os anos 80, como "Curtindo a Vida Adoidado". No mais, se Hughes, aos 58 anos, não filma desde 1991, Kazan filmou até a morte, sob metralhas de seus colegas.


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