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ENTRELINHAS
Alfinetadas na Câmara
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Tem farpas voando para
todo lado na disputa pela
principal entidade livreira do
país. No dia 26 de fevereiro, a
Câmara Brasileira do Livro escolhe o seu novo presidente.
Pela primeira vez nos últimos
14 anos, duas chapas lutam pelo
posto. E "lutam" não chega a ser
exagero. De um lado do "ringue" está José Henrique Grossi,
atual vice-presidente da entidade. Do outro, Oswaldo Siciliano,
que encabeça a oposição.
As propostas das duas chapas
são quase iguais, reconhecem
ambos, mas na última semana
eles começaram a se alfinetar,
principalmente em boletins para profissionais do livro. Texto
distribuído pela chapa de Siciliano na quarta com o título "Fatos
x Versões" fala em "fofocas eleitoreiras" e em "rasa e ofensiva
inteligência do segmento".
Grossi, que é apoiado pelo
atual presidente, Raul Wassermann, diz: "Dr. Osvaldo alega
que não há transparência. Isso é
mentira. Há um conselho fiscal
eleito e os sócios podem ir a hora que quiserem ver as contas".
E afirma que eleição do opositor
seria "retrocesso".
No centro da disputa agora estão as editoras pequenas e médias, grosso do "colégio eleitoral" de 400 associados da CBL. O
termômetro ainda deve subir.
ALFINETADAS NA BROADWAY
Bafafá também no mercado
editorial dos EUA. A gigante
Random House demitiu sua
publisher "literária" Ann
Godoff e passou o comando a
uma editora "comercial", Gina
Centrello. O debate é infinito
nos jornais americanos.
EXPANSÃO
A coleção "Obras Primas", da
Nova Cultural, que está
vendendo clássicos nas bancas,
amplia seu território. Com
mais de 1,7 milhão de títulos
vendidos desde agosto de 2002,
a coleção será lançada dia 10 no
Sul e Centro-Oeste do país.
TOURADA
Alvo da crítica e sucesso
mundo afora (como Paulo
Coelho), Arturo Pérez-Reverte
foi eleito na quinta para a
sisuda Real Academia
Espanhola (a ABL deles). Em
passeata na porta da
instituição, lia-se o cartaz: "O
próximo é Jesulín", referência
ao toureiro Jesulín de Ubrique,
famoso por sua ignorância.
À SOMBRA DAS RAPARIGAS
A editora Quasi lança em Portugal "Putas", livro de contos sobre o tema, de lusos e brazucas como Luiz Ruffato e Marcelino Freire.
FORA DA ESTANTE
Só mesmo o talento ficcional de um Samuel Rawet poderia explicar por que a obra
de Samuel Rawet ficou praticamente jogada na vala. Um
de nossos principais contistas (e grande em outros tamanhos, como nesta novela
"Viagens de Ahasverus..."),
o escritor e um dos engenheiros calculistas de Brasília (1929-84) só é achável,
com sorte, em tosca edição
de seu "Contos do Imigrante", ou, mais fácil, em inglês:
o volume "The Prophet".
E-mail: elek@folhasp.com.br
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