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São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 2003

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ENTRELINHAS

Alfinetadas na Câmara

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Tem farpas voando para todo lado na disputa pela principal entidade livreira do país. No dia 26 de fevereiro, a Câmara Brasileira do Livro escolhe o seu novo presidente.
Pela primeira vez nos últimos 14 anos, duas chapas lutam pelo posto. E "lutam" não chega a ser exagero. De um lado do "ringue" está José Henrique Grossi, atual vice-presidente da entidade. Do outro, Oswaldo Siciliano, que encabeça a oposição.
As propostas das duas chapas são quase iguais, reconhecem ambos, mas na última semana eles começaram a se alfinetar, principalmente em boletins para profissionais do livro. Texto distribuído pela chapa de Siciliano na quarta com o título "Fatos x Versões" fala em "fofocas eleitoreiras" e em "rasa e ofensiva inteligência do segmento".
Grossi, que é apoiado pelo atual presidente, Raul Wassermann, diz: "Dr. Osvaldo alega que não há transparência. Isso é mentira. Há um conselho fiscal eleito e os sócios podem ir a hora que quiserem ver as contas". E afirma que eleição do opositor seria "retrocesso".
No centro da disputa agora estão as editoras pequenas e médias, grosso do "colégio eleitoral" de 400 associados da CBL. O termômetro ainda deve subir.

ALFINETADAS NA BROADWAY
Bafafá também no mercado editorial dos EUA. A gigante Random House demitiu sua publisher "literária" Ann Godoff e passou o comando a uma editora "comercial", Gina Centrello. O debate é infinito nos jornais americanos.

EXPANSÃO
A coleção "Obras Primas", da Nova Cultural, que está vendendo clássicos nas bancas, amplia seu território. Com mais de 1,7 milhão de títulos vendidos desde agosto de 2002, a coleção será lançada dia 10 no Sul e Centro-Oeste do país.

TOURADA
Alvo da crítica e sucesso mundo afora (como Paulo Coelho), Arturo Pérez-Reverte foi eleito na quinta para a sisuda Real Academia Espanhola (a ABL deles). Em passeata na porta da instituição, lia-se o cartaz: "O próximo é Jesulín", referência ao toureiro Jesulín de Ubrique, famoso por sua ignorância.

À SOMBRA DAS RAPARIGAS
A editora Quasi lança em Portugal "Putas", livro de contos sobre o tema, de lusos e brazucas como Luiz Ruffato e Marcelino Freire.

FORA DA ESTANTE

Só mesmo o talento ficcional de um Samuel Rawet poderia explicar por que a obra de Samuel Rawet ficou praticamente jogada na vala. Um de nossos principais contistas (e grande em outros tamanhos, como nesta novela "Viagens de Ahasverus..."), o escritor e um dos engenheiros calculistas de Brasília (1929-84) só é achável, com sorte, em tosca edição de seu "Contos do Imigrante", ou, mais fácil, em inglês: o volume "The Prophet".

E-mail: elek@folhasp.com.br



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