São Paulo, terça-feira, 25 de janeiro de 2011

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CRÍTICA DRAMA

Produção se equilibra sobre ponto estranho da sociedade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O bom dos pequenos crimes é que podem passar despercebidos. Ou até mais: quem os comete às vezes nem sabe que cometeu. Ou, numa variante: mesmo sabendo que os cometeu, é invadido por uma inequívoca sensação de inocência.
É assim que se passam as coisas em "É Proibido Fumar" (Canal Brasil, 19h, 14 anos), de Anna Muylaert.
Quem pratica o crime não é "uma criminosa". Eis um ponto estranho onde este belo filme se equilibra: entre nós existem "os criminosos" -são assim estatutariamente, mesmo que não ajam assim; e os "não criminosos" por direito divino, ou de classe. É a maneira como se constitui a sociedade brasileira que este filme toca com sutileza, e não sem ênfase.


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