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"O FANTASMA DA ÓPERA"
Estréia filme inspirado no musical que foi visto por mais de 80 milhões de pessoas no mundo
Fenômeno Lloyd Webber chega ao cinema
TETÉ RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NA CALIFÓRNIA
Os números são daqueles de encher de água a boca e os olhos e de
inveja a carteira da indústria do
entretenimento no mundo inteiro. Mais de US$ 3,2 bilhões (R$ 8,3
bilhões) em ingressos vendidos,
80 milhões de espectadores, 65
mil apresentações em 18 países,
incluindo o Brasil em nova montagem a partir de abril (leia texto
ao lado). Destas, 7.000 só no teatro em que estreou, o Her Majesty, no West End londrino, em 9
de outubro de 1986.
Nenhum título na história do
teatro lucrou tanto quanto "O
Fantasma da Ópera", tal qual
imaginado por Andrew Lloyd
Webber a partir do romance homônimo do francês Gaston Leroux (1868-1927).
Pois a versão cinematográfica
do musical, não a primeira (vale
assistir em DVD a ópera-rock de
Brian de Palma, de 1974), mas a
única feita a partir do libreto do
cavaleiro britânico, estréia hoje
no Brasil. Foram 15 anos de negociação entre Webber e diversos
diretores, até que Joel Schumacher apareceu.
É seu primeiro musical, mas
ecletismo não é palavra estranha
na carreira do norte-americano
de 66 anos, abertamente homossexual, que comandou do terror
"Garotos Perdidos" (1987) à comédia romântica "Um Toque de
Infidelidade" (1989), passando
por um filme de guerra ("Tigerland", 2000), um thriller que se
passa numa cabine telefônica
("Por um Fio", 2002) e até dois
episódios da cinessérie "Batman",
o último deles hoje um ícone gay
("Batman & Robin", 1987).
"Faltava um musical, por razões
óbvias", disse Schumacher, entre
risos, em entrevista à Folha quando do lançamento do filme nos
Estados Unidos, em dezembro.
"Fui criado vendo filmes com
música e dança", explica, usando
colar branco de surfista e pulseira
combinando. "Nasci em 1939 e
cresci atrás de um cinema em Nova York. Antes de a TV ser inventada, eu passava o tempo inteiro
vendo filmes, muito Fred Astaire,
Ginger Rogers, Rita Hayworth,
Gene Kelly e todos aqueles musicais." Claro que a explicação real é
que, por um motivo ou outro,
Webber foi vetando nomes consecutivamente até que os dois se
acertassem. E os sucessos recentes
de musicais como "Moulin Rouge" (2001) e "Chicago" (2003) ajudar a levar o projeto adiante.
Elenco
Dado o sinal verde, o diretor fez
escolhas ousadas para o elenco
que interpreta a história de um
gênio musical desfigurado, o tal
fantasma, que aterroriza um teatro de ópera francesa enquanto
ensina uma jovem cantora lírica,
por quem se apaixonará e que se
apaixonará por outro.
No papel da garota, Emmy Rossum, com boa carreira no Metropolitan de Nova York. "Escolhi
Rossum na hora, ao ver apenas
uma vez sua fita de teste", diz
Schumacher. "Tive de convencer
toda a sua família, que comemorava alguma coisa em algum desses países da América Central, a
deixá-la voar de volta para a audição final." Deu certo.
Agora o diretor se decide pelo
próximo projeto. "Só sei que terá
Colin Farrell, com quem já trabalhei duas vezes", adianta. "Faço
tudo o que ele quiser. Quem sabe
não o levo a filmar no Rio de Janeiro, onde já passei vários Carnavais e viradas de ano?"
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