São Paulo, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

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"O FANTASMA DA ÓPERA"

Estréia filme inspirado no musical que foi visto por mais de 80 milhões de pessoas no mundo

Fenômeno Lloyd Webber chega ao cinema

TETÉ RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NA CALIFÓRNIA

Os números são daqueles de encher de água a boca e os olhos e de inveja a carteira da indústria do entretenimento no mundo inteiro. Mais de US$ 3,2 bilhões (R$ 8,3 bilhões) em ingressos vendidos, 80 milhões de espectadores, 65 mil apresentações em 18 países, incluindo o Brasil em nova montagem a partir de abril (leia texto ao lado). Destas, 7.000 só no teatro em que estreou, o Her Majesty, no West End londrino, em 9 de outubro de 1986.
Nenhum título na história do teatro lucrou tanto quanto "O Fantasma da Ópera", tal qual imaginado por Andrew Lloyd Webber a partir do romance homônimo do francês Gaston Leroux (1868-1927).
Pois a versão cinematográfica do musical, não a primeira (vale assistir em DVD a ópera-rock de Brian de Palma, de 1974), mas a única feita a partir do libreto do cavaleiro britânico, estréia hoje no Brasil. Foram 15 anos de negociação entre Webber e diversos diretores, até que Joel Schumacher apareceu.
É seu primeiro musical, mas ecletismo não é palavra estranha na carreira do norte-americano de 66 anos, abertamente homossexual, que comandou do terror "Garotos Perdidos" (1987) à comédia romântica "Um Toque de Infidelidade" (1989), passando por um filme de guerra ("Tigerland", 2000), um thriller que se passa numa cabine telefônica ("Por um Fio", 2002) e até dois episódios da cinessérie "Batman", o último deles hoje um ícone gay ("Batman & Robin", 1987).
"Faltava um musical, por razões óbvias", disse Schumacher, entre risos, em entrevista à Folha quando do lançamento do filme nos Estados Unidos, em dezembro.
"Fui criado vendo filmes com música e dança", explica, usando colar branco de surfista e pulseira combinando. "Nasci em 1939 e cresci atrás de um cinema em Nova York. Antes de a TV ser inventada, eu passava o tempo inteiro vendo filmes, muito Fred Astaire, Ginger Rogers, Rita Hayworth, Gene Kelly e todos aqueles musicais." Claro que a explicação real é que, por um motivo ou outro, Webber foi vetando nomes consecutivamente até que os dois se acertassem. E os sucessos recentes de musicais como "Moulin Rouge" (2001) e "Chicago" (2003) ajudar a levar o projeto adiante.

Elenco
Dado o sinal verde, o diretor fez escolhas ousadas para o elenco que interpreta a história de um gênio musical desfigurado, o tal fantasma, que aterroriza um teatro de ópera francesa enquanto ensina uma jovem cantora lírica, por quem se apaixonará e que se apaixonará por outro.
No papel da garota, Emmy Rossum, com boa carreira no Metropolitan de Nova York. "Escolhi Rossum na hora, ao ver apenas uma vez sua fita de teste", diz Schumacher. "Tive de convencer toda a sua família, que comemorava alguma coisa em algum desses países da América Central, a deixá-la voar de volta para a audição final." Deu certo.
Agora o diretor se decide pelo próximo projeto. "Só sei que terá Colin Farrell, com quem já trabalhei duas vezes", adianta. "Faço tudo o que ele quiser. Quem sabe não o levo a filmar no Rio de Janeiro, onde já passei vários Carnavais e viradas de ano?"


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