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"Sempre me achei o máximo", afirma a favorita Jennifer Hudson
TETÉ RIBEIRO
ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK
Nascida em Chicago em 1981,
a favorita ao Oscar de atriz
coadjuvante, Jennifer Hudson,
iniciou sua vida de cantora como dois de seus maiores ídolos,
Tina Turner e Whitney Huston,
no coral da igreja. Desde cedo,
ouvia os adultos dizerem que
sua voz era especial. Decidiu
que seria cantora. Aos 18 anos,
começou a fazer parte de vários
cruzeiros da Disney, em que
trabalhava como guia turístico
durante o dia e cantora de restaurante durante a noite. Até
que, em 2004, se inscreveu para
o "reality show" "American
Idol", que virou fenômeno de
público, e ficou entre os 12 finalistas. Foi a sexta eliminada, no
meio de uma grande controvérsia, já que era a melhor cantora
do grupo. E, até ser convidada a
viver Effie White no musical de
Bill Condon, "Dreamgirls",
nunca tinha imaginado que pudesse ser atriz. Leia a seguir entrevista de Hudson à Folha.
FOLHA - Que tal ser a favorita para
o Oscar de atriz coadjuvante?
JENNIFER HUDSON - Ainda não
consegui processar todas as informações, o tempo parece que
está passando em um ritmo
muito acelerado. Assim que eu
consigo acreditar em uma boa
notícia relacionada com o filme
e com a minha atuação, aparece
outra surpresa. Estou feliz, mas
completamente atordoada.
FOLHA - Você se considera uma
atriz agora?
HUDSON - Acho que posso dizer
que sim, pelo menos se acontecer mesmo de eu ganhar o Oscar. Nunca pensei nisso, nem
quando quis fazer parte desse
filme. Queria cantar, meu mundo é o da música. Mas tudo que
me aconteceu até agora me faz
pensar que talvez eu possa fazer
as duas coisas. Por que não?
FOLHA - Você roubou os holofotes
da Beyoncé, que era para ser a estrela do filme. Ela não ficou chateada?
HUDSON - Não na minha frente,
comigo ela sempre foi generosa
e muito paciente. Mas meu
grande mentor no filme foi o
Jamie Foxx, que me disse: "Eu
sei o que você está passando, já
fiz esse caminho e vou te ajudar
em tudo que você precisar". Era
como se eu tivesse um irmão
mais velho comigo.
FOLHA - Sua personagem no filme
passa por uma rejeição parecida com
a sua em "American Idol", não?
HUDSON - Claro, e eu me identifiquei muito com o papel exatamente por causa disso. Não fui
eliminada do programa de TV
porque sou cheinha ou muito
escura, como é o caso da personagem. Mas a rejeição dói do
mesmo jeito. E eu tenho a mesma autoconfiança e sou tão encrenqueira como a Effie.
FOLHA - Como reagiu quando foi
excluída do "American Idol"?
HUDSON - Eu fiquei triste na
hora, claro. Mas me recuperei
rapidíssimo, acredito muito em
mim mesma e sabia que o programa já tinha feito por mim o
que tinha que fazer. Agora vejo
que ter sido excluída foi a melhor coisa que podia ter acontecido; se eu tivesse vencido, estaria presa a esse rótulo para sempre. E os produtores só me chamaram porque tinham me visto
no programa.
FOLHA - Você sabe se os júris do
programa já assistiram ao filme?
HUDSON - Duvido que eles não
tenham ido conferir, acho que
assistiram, sim, mas não tive
notícias de nenhum deles.
FOLHA - Você sempre soube que seria cantora?
HUDSON - Sempre. Venho de
uma família muito musical, dizem que eu herdei a voz da minha avó, que cantava solos na
igreja em Chicago. Eu cantava
na igreja desde pequena. Fora
que sempre me achei o máximo
(risos). Eu sou muito metida
(mais risos).
FOLHA - Então é fácil acreditar que
o Oscar será mesmo seu?
HUDSON - Isso eu nunca pensei!
Sempre sonhei com o Grammy.
Mas se vier o Oscar, vai ser muito bem tratado (risos).
A jornalista TETÉ RIBEIRO viajou a convite da
Paramount
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