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Crítica
Costinha é seduzido em comédia de 74
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Até agora eram poucos os
que davam pelota para "O Libertino" (Canal Brasil, 2h), de
Victor Lima. E não sem razão:
trata-se de uma comédia bem
marreta.
Mas vejamos seu entrecho:
Costinha é um comendador
que aluga sua mansão para um
colégio de moças. Claro, o colégio não é colégio, mas um bordel. O comendador é um moralista que dedica sua vida a combater a prostituição. No dia em
que vem fazer uma inspeção, as
moças fazem o necessário para
que, mal e porcamente, aquilo
se pareça com uma escola.
A horas tantas, o comendador volta de surpresa. Assim, as
garotas não têm opção, a não
ser seduzi-lo. E ele aderirá gostosamente à libertinagem.
Eis um desses filmes de que
se diz que "no Brasil, antigamente, só se fazia pornografia".
Pode ser. O filme ficou preso na
censura por dois anos. Se fosse
nos EUA, Eliot Spitzer talvez
tivesse feito o mesmo. Spitzer,
lembra? O governador moralista de Nova York que acaba de
renunciar por conta de farras.
De farras e de hipocrisia.
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