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Crítica/"Mundialmente Anônimo"
Influências de Jorge Ben Jor e coesão sonora são destaque em novo CD
ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA DA FOLHA
No primeiro registro de seu
projeto solo, "Homem Binário"
(2007), Lúcio Maia tinha fome
de tudo: reuniu camaradas como Jorge du Peixe e Siba, entre
outros, num disco de produtor
com referências diversas de
hip-hop, ciranda, rock, psicodelia. O resultado era um álbum agradável de ouvir, mas
sem coesão.
Em "Mundialmente Anônimo", o guitarrista superou esse
formato "balaio de gato" com
uma banda da qual fazem parte
músicos como o baixista Rian
Batista (Cidadão Instigado) e o
trompetista Guilherme Mendonça (o Guizado), criando a
coerência que faltava ao trabalho anterior. A sonoridade ainda remete a diversos estilos,
mas, agora, há uma sombra de
Jorge Ben Jor que percorre todo o CD. Sua influência é direta,
com "Zumbi" abrindo o disco,
ou em faixas como "Dandara",
sobre a mulher do herói negro.
Escolher gravar "Super Homem Plus", de Fred 04, herdeiro declarado do balanço de Ben
Jor, é nova menção ao carioca.
As boas referências, somadas
à competência dos instrumentistas, garantem bases impecáveis, como na suingada "Bem
Vinda ao Inferno". Guitarrista
talentoso, Maia evita os arroubos típicos de solistas; mesmo
quando resolve ser barulhento,
no rock "SP", o faz com classe.
Nos vocais, ele se arrisca;
cantar bem, não canta, mas a
interpretação tem estilo -ainda que com a ajuda de muitos
efeitos. Seu ponto fraco são as
letras. Exceto os covers, são todas de Maia. E fracas. Eis o próximo desafio a ser superado.
MAQUINADO
Avaliação: bom
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