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UNIVERSIDADE
Distribuição e comercialização terão mudanças
Reitor quer Edusp "auto-sustentável"
da Reportagem Local
O conselho da USP pretende modificar nos próximos meses toda a
atual estrutura da Edusp, que edita
e comercializa livros para o público universitário, para torná-la ""auto-sustentável" -sem subvenções
da universidade.
Na última sexta-feira, o professor
de sociologia Sérgio Miceli foi afastado da presidência da editora,
cargo que ocupou nos últimos cinco anos.
Foi constituído um ""grupo-tarefa" para implantar as mudanças,
que atingirão principalmente as
áreas de comercialização e distribuição de livros com a intenção de
""equilibrar" as contas da editora e
acabar com os subsídios.
A presidência está sendo ocupada interinamente pelo diretor editorial Plínio Martins Filho. O novo
presidente só será anunciado no
próximo semestre.
Miceli fez críticas diretas ao atual
reitor da universidade, Jacques
Marcovitch, com quem teria se desentendido por terem ""concepções
distintas" para a administração da
Edusp.
""O reitor imagina que uma editora universitária pode dar lucro,
mas nenhuma no mundo dá", disse Miceli. ""A Edusp é menos subvencionada que muitas editoras
norte-americanas, mas acho que
nunca será lucrativa."
Para Miceli, a Edusp só poderia
ser lucrativa ""se publicasse apenas
romances comerciais ou páginas
amarelas".
Jacques Marcovitch nega ter tido
problemas com Miceli e diz não ter
imposto a necessidade de lucro para a editora.
""O professor Sérgio fez uma excelente gestão, mas agora estamos
com um grupo trabalhando para
encontrar uma forma de a editora
ser auto-sustentável, não lucrativa", disse.
Segundo o reitor, as mudanças
aconteceriam principalmente nas
áreas de distribuição e comercialização de livros, priorizando a venda por via eletrônica, mas sem fechar as livrarias que já existem.
""As livrarias podem até ser expandidas, desde que não tenham
que ser subsidiadas, que se mantenham por conta própria", disse
Marcovitch.
Nos últimos anos, os salários dos
funcionários das 15 livrarias da
Edusp eram pagos com recursos
da universidade. Na nova gestão, a
própria editora tem que arcar com
sua folha de pagamentos.
O ex-presidente Miceli acha que
o pagamento da folha inviabilizará
a edição de muitos livros. O reitor,
porém, garantiu que não haverá
mudanças na edição.
""A edição será plenamente preservada. Todos os projetos em andamento continuarão a ser tocados", disse Marcovitch.
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