São Paulo, Quinta-feira, 25 de Março de 1999
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UNIVERSIDADE
Distribuição e comercialização terão mudanças
Reitor quer Edusp "auto-sustentável"

da Reportagem Local

O conselho da USP pretende modificar nos próximos meses toda a atual estrutura da Edusp, que edita e comercializa livros para o público universitário, para torná-la ""auto-sustentável" -sem subvenções da universidade.
Na última sexta-feira, o professor de sociologia Sérgio Miceli foi afastado da presidência da editora, cargo que ocupou nos últimos cinco anos.
Foi constituído um ""grupo-tarefa" para implantar as mudanças, que atingirão principalmente as áreas de comercialização e distribuição de livros com a intenção de ""equilibrar" as contas da editora e acabar com os subsídios.
A presidência está sendo ocupada interinamente pelo diretor editorial Plínio Martins Filho. O novo presidente só será anunciado no próximo semestre.
Miceli fez críticas diretas ao atual reitor da universidade, Jacques Marcovitch, com quem teria se desentendido por terem ""concepções distintas" para a administração da Edusp.
""O reitor imagina que uma editora universitária pode dar lucro, mas nenhuma no mundo dá", disse Miceli. ""A Edusp é menos subvencionada que muitas editoras norte-americanas, mas acho que nunca será lucrativa."
Para Miceli, a Edusp só poderia ser lucrativa ""se publicasse apenas romances comerciais ou páginas amarelas".
Jacques Marcovitch nega ter tido problemas com Miceli e diz não ter imposto a necessidade de lucro para a editora.
""O professor Sérgio fez uma excelente gestão, mas agora estamos com um grupo trabalhando para encontrar uma forma de a editora ser auto-sustentável, não lucrativa", disse.
Segundo o reitor, as mudanças aconteceriam principalmente nas áreas de distribuição e comercialização de livros, priorizando a venda por via eletrônica, mas sem fechar as livrarias que já existem.
""As livrarias podem até ser expandidas, desde que não tenham que ser subsidiadas, que se mantenham por conta própria", disse Marcovitch.
Nos últimos anos, os salários dos funcionários das 15 livrarias da Edusp eram pagos com recursos da universidade. Na nova gestão, a própria editora tem que arcar com sua folha de pagamentos.
O ex-presidente Miceli acha que o pagamento da folha inviabilizará a edição de muitos livros. O reitor, porém, garantiu que não haverá mudanças na edição.
""A edição será plenamente preservada. Todos os projetos em andamento continuarão a ser tocados", disse Marcovitch.


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