São Paulo, terça-feira, 25 de abril de 2006

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The Bays faz jam session sem ensaio

DA REPORTAGEM LOCAL

Eles não têm nenhum disco gravado nem pretendem fazer isso. São uma banda, mas nunca ensaiam e jamais sabem o que irão tocar até chegar ao palco.
O The Bays, quarteto inglês que se apresenta às 20h, no palco ao ar livre do Skol Beats, é com certeza uma das atrações mais inusitadas desta edição do festival.
Formado há quatro anos em um pub londrino, o The Bays começou como uma jam session, da qual participavam produtores como Tom Middleton e Mark Pritchard. Atualmente, a banda se apresenta com uma formação fixa, liderada pelo baterista Andy Gangadeen -que já tocou com o Massive Attack-, e reúne o baixista Chris Taylor e Jamie Odell e Simon Richmond nos teclados.
Os shows, contou Gangadeen à Folha por telefone, são feitos da mesma maneira desde o início: eles se reúnem e começam a improvisar. A fórmula se manteve mesmo depois que o The Bays deixou os palquinhos e passou a integrar os line-ups de grandes festivais europeus, como o Glastonbury, no Reino Unido, onde se apresentaram para mais de 12 mil pessoas em 2002.
O que eles tocam? "É difícil definir o som do The Bays", fala Gangadeen, 41. "Definitivamente temos uma orientação de clube, mas as atuações são bastante individuais. Há coisas de hip hop, deep house, drum'n'bass. Depende do público, algumas vezes sentamos e só tocamos ambient."
O baterista diz que eles não conversam sobre o que vão tocar e nunca se encontram antes para fazer um "teste". "É tudo a partir do "feeling'", conta.
Com esse formato, é tentador compará-los a um quarteto de jazz, mas Gangadeen explica que eles estão longe de ser um. "A diferença é que não fazemos solos. Nós nos reunimos para fazer uma única música."
Ele prefere ser confrontado com um DJ. "Tentamos tocar a música certa para o momento, sem parar, como um DJ mixando os discos."
Por conta disso tudo, não passa pela cabeça do The Bays registrar o som. "Gravar CDs envolve a indústria fonográfica, "managers" e outras decisões que queremos manter longe. A intenção não é vender, somente tocar."
(ADRIANA FERREIRA SILVA)


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