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The Bays faz jam session sem ensaio
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles não têm nenhum disco
gravado nem pretendem fazer isso. São uma banda, mas nunca
ensaiam e jamais sabem o que
irão tocar até chegar ao palco.
O The Bays, quarteto inglês que
se apresenta às 20h, no palco ao ar
livre do Skol Beats, é com certeza
uma das atrações mais inusitadas
desta edição do festival.
Formado há quatro anos em
um pub londrino, o The Bays começou como uma jam session, da
qual participavam produtores como Tom Middleton e Mark Pritchard. Atualmente, a banda se
apresenta com uma formação fixa, liderada pelo baterista Andy
Gangadeen -que já tocou com o
Massive Attack-, e reúne o baixista Chris Taylor e Jamie Odell e
Simon Richmond nos teclados.
Os shows, contou Gangadeen à
Folha por telefone, são feitos da
mesma maneira desde o início:
eles se reúnem e começam a improvisar. A fórmula se manteve
mesmo depois que o The Bays
deixou os palquinhos e passou a
integrar os line-ups de grandes
festivais europeus, como o Glastonbury, no Reino Unido, onde se
apresentaram para mais de 12 mil
pessoas em 2002.
O que eles tocam? "É difícil definir o som do The Bays", fala Gangadeen, 41. "Definitivamente temos uma orientação de clube,
mas as atuações são bastante individuais. Há coisas de hip hop,
deep house, drum'n'bass. Depende do público, algumas vezes sentamos e só tocamos ambient."
O baterista diz que eles não conversam sobre o que vão tocar e
nunca se encontram antes para
fazer um "teste". "É tudo a partir
do "feeling'", conta.
Com esse formato, é tentador
compará-los a um quarteto de
jazz, mas Gangadeen explica que
eles estão longe de ser um. "A diferença é que não fazemos solos.
Nós nos reunimos para fazer uma
única música."
Ele prefere ser confrontado com
um DJ. "Tentamos tocar a música
certa para o momento, sem parar,
como um DJ mixando os discos."
Por conta disso tudo, não passa
pela cabeça do The Bays registrar
o som. "Gravar CDs envolve a indústria fonográfica, "managers" e
outras decisões que queremos
manter longe. A intenção não é
vender, somente tocar."
(ADRIANA FERREIRA SILVA)
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