São Paulo, terça-feira, 25 de abril de 2006

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CINEMA

"Vôo 93" dá início à mostra em Nova York, que também conta com três produções brasileiras em sua programação

11 de Setembro e política dão o tom ao festival Tribeca

Divulgação
Carlos Alberto Riccelli e Malu Mader em "Brasília 18%"; filme entra na competição nova-iorquina


DE NOVA YORK

Em sua quinta e maior edição, o Festival de Cinema Tribeca começa hoje em Nova York, com a première do polêmico "Vôo 93" (que chega aos cinemas do Brasil somente em setembro), sobre a história da rebelião de passageiros do quarto avião seqüestrado no 11 de Setembro, atentados que derrubaram as Torres Gêmeas e motivaram a criação do festival para revitalizar o bairro.
Dirigido por Paul Greengrass ("Domingo Sangrento", "A Supremacia Bourne"), "Vôo 93" causou polêmica antes de sua estréia: integrante do elenco, o iraquiano Lewis Alsamari -que vive no Reino Unido desde 1996 e interpreta o líder dos seqüestradores no filme- teve seu visto de entrada nos Estados Unidos negado, por ter servido ao Exército iraquiano no início dos anos 90.
Apesar de bem recebido por críticos, muitos consideraram "cedo demais" a exibição de um filme sobre os atentados para uma platéia que ainda se sente ferida pelo acontecimento. Para Robert de Niro, patrono do festival, quatro anos e meio é uma espera adequada, suficiente.
Na lista de 170 longas e documentários, três brasileiros: "Brasília 18%" e "Vidas Secas" (ambos de Nelson Pereira dos Santos) e "Casa de Areia" (de Andrucha Waddington, premiado em Sundance em janeiro passado).

Fronteiras
A lista do Tribeca Film Festival não se acanha quando o tema é terrorismo. Há uma ampla seleção "politizada" sobre o conflito israelo-palestino, o assassinato do jornalista Daniel Pearl, a experiência de veteranos da atual Guerra do Iraque e até a tortura na prisão de Guantánamo.
"Brasília 18%" concorre na categoria de narrativa internacional, ao lado de outros graúdos como "Colour me Kubrick", com John Malkovich, e "The Yacoubian Building", sobre corrupção e fundamentalismo no Egito.
Boa parte dos filmes são produções independentes, muitas delas locais. Porém o festival -que já ultrapassa as fronteiras de Tribeca- vai estrear alguns blockbusters como "Poseidon" e "Missão Impossível 3". Com isso, garante seu caráter único, uma espécie de Sundance popular, um varejo cinematográfico. Na principal mostra de filmes da cidade, Nova York é celebrada com três categorias específicas de narrativa, documentários e "especiais".
Entre os documentários internacionais, dois favoritos são "War Tapes", edição de mais de 900 horas gravadas por soldados no Iraque para contar a história da guerra, e "The Bridge" que flagrou duas dúzias de suicídios na ponte Golden Gate, de San Francisco, em 2004.
(LEILA SUWWAN)


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