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INAUGURAÇÃO
Cidade mineira ganha hoje acervo histórico com 400 peças de arte sacra produzidas entre os séculos 17 e 19
Novo museu retrata Ouro Preto colonial
RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Com o objetivo de retratar o período colonial de uma das principais cidades históricas do país, será inaugurado hoje na Matriz
Nossa Senhora do Pilar, em Ouro
Preto (MG), o Museu de Arte Sacra da cidade.
Cerca de 400 peças produzidas
entre o final do século 17 e o início
do século 19 vão constituir o acervo do novo museu.
Segundo seus idealizadores, o
Museu de Arte Sacra tem a finalidade de "guiar culturalmente" o
turista que visita a cidade, além de
valorizar a cultura regional.
"Se o visitante quer conhecer a
história de Ouro Preto, ele antes
deve fazer uma visita ao museu e
depois passear pela cidade", diz o
diretor da instituição, Carlos José
Aparecido de Oliveira, 38.
"O visitante vai entrar no museu
e adquirir um conhecimento profundo de nossa arte, de nossa história. Ele vai ver o que sobrou do
período colonial de Ouro Preto",
afirma o padre José Feliciano da
Costa Simões, 68, pároco da matriz há 36 anos.
As peças expostas -esculturas,
livros, documentos, vestimentas,
cerâmica etc.- serão apresentadas em oito vitrines temáticas,
com explicações e referências históricas escritas em placas.
Entre os temas abordados nas
vitrines está a celebração ocorrida
durante a inauguração da ampliação da matriz, em 1734.
Os participantes dos festejos, relatados em um livro editado em
Lisboa no mesmo ano, desfilaram
com suntuosas roupas bordadas
com fios de ouro e botões de pedras preciosas -consequência
direta da influência que o ciclo do
ouro teve em Minas Gerais.
Algumas dessas peças usadas na
época vão estar em exposição. Em
outras vitrines estarão cruzes, relicários e objetos litúrgicos usados
durante o século 18.
"A idéia é mostrar com essas peças a preocupação barroca de trazer pessoas para a igreja por meio
do luxo. Os objetos usados na liturgia tinham que ser tão suntuosos quanto a talha", diz Oliveira, o
diretor do museu.
Há também no museu uma seção dedicada a Antônio Francisco
Lisboa, o Aleijadinho. Na vitrine,
que terá expostas três peças atribuídas por uma comissão da matriz ao mestre do barroco mineiro, há explicações técnicas de como identificar o estilo do escultor.
As obras ficarão em uma área de
cerca de 120 metros quadrados,
que inclui um setor subterrâneo,
descoberto em 1997, durante
obras de reforma do assoalho da
matriz.
De acordo com o diretor do museu, o local pode ter sido a entrada
de uma mina de ouro ou a parte
onde eram celebradas as missas
antes da reforma de 1734.
O museu, que será o oitavo da
cidade, é uma versão ampliada e
mais sofisticada do Museu de Arte Sacra da Igreja do Carmo, fechado há quatro anos.
O local terá tratamento de ambiente, com controle de umidade
e luz, sistemas de renovação de ar
e vigilância eletrônica, fruto da
doação de R$ 30 mil da empresa
Alcan Alumínio do Brasil.
Além do acervo do museu, o visitante poderá ver o mobiliário do
século 18 que fica na sacristia da
matriz. A visitação será aberta ao
público a partir de amanhã.
Inauguração: hoje, às 19h30. Entrada franca
Onde: Matriz Nossa Senhora do Pilar (pça. Monsenhor Castilho Barbosa,
centro, Ouro Preto (MG)
Quando: de terça a domingo, das 9h às 10h45 e das 12h às 16h45.
Quanto: R$ 3 (estudantes pagam R$ 1,50
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