São Paulo, quinta-feira, 25 de maio de 2000


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Iranianos publicam obras "inéditas"

DO ENVIADO A TEERÃ

Apenas dois países têm todas as obras de Paulo Coelho publicadas: Brasil e Irã. Na verdade, pode-se dizer que há mais livros de Coelho no Irã do que no Brasil. É que aqui estão disponíveis ao público obras que ele simplesmente não escreveu.
Por dois motivos. Em primeiro lugar, alguns livros tiveram partes adicionadas. Caso do maior sucesso do escritor, "O Alquimista", que recebeu cem páginas a mais de um de seus tradutores -Coelho não controla as edições no Irã e não costuma receber um centavo por elas. Como o país nunca assinou o tratado de Berna, que regulamenta a questão dos direitos autorais no mundo, qualquer um pode dar a versão que quiser de qualquer livro. Salvo o Alcorão, bem entendido.
Em segundo lugar, porque os editores iranianos traduzem tudo o que diz respeito a Coelho. Bem como as amostras inéditas que constam de sua home page e não se destinam a publicação.
Na verdade, é difícil até mesmo saber se o restante das obras foi respeitado. "Disseram que não houve cortes. Mas não sei se a tradução é completa", afirmou Coelho. No caso de "Veronika Decide Morrer", por exemplo, ele acredita que o trecho sobre masturbação tenha sido extirpado.
Como explicar o sucesso de Coelho no Irã? Apesar de pobre, com renda per capita de US$ 1.850 (1995), o Irã é um país de leitores. Cerca de 95% das crianças recebem educação primária ou secundária. Em 1994, apenas 15% da população era analfabeta. (LAR)



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