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Iranianos publicam obras "inéditas"
DO ENVIADO A TEERÃ
Apenas dois países têm todas as
obras de Paulo Coelho publicadas: Brasil e Irã. Na verdade, pode-se dizer que há mais livros de
Coelho no Irã do que no Brasil. É
que aqui estão disponíveis ao público obras que ele simplesmente
não escreveu.
Por dois motivos. Em primeiro
lugar, alguns livros tiveram partes
adicionadas. Caso do maior sucesso do escritor, "O Alquimista",
que recebeu cem páginas a mais
de um de seus tradutores -Coelho não controla as edições no Irã
e não costuma receber um centavo por elas. Como o país nunca
assinou o tratado de Berna, que
regulamenta a questão dos direitos autorais no mundo, qualquer
um pode dar a versão que quiser
de qualquer livro. Salvo o Alcorão, bem entendido.
Em segundo lugar, porque os
editores iranianos traduzem tudo
o que diz respeito a Coelho. Bem
como as amostras inéditas que
constam de sua home page e não
se destinam a publicação.
Na verdade, é difícil até mesmo
saber se o restante das obras foi
respeitado. "Disseram que não
houve cortes. Mas não sei se a tradução é completa", afirmou Coelho. No caso de "Veronika Decide
Morrer", por exemplo, ele acredita que o trecho sobre masturbação tenha sido extirpado.
Como explicar o sucesso de
Coelho no Irã? Apesar de pobre,
com renda per capita de US$ 1.850
(1995), o Irã é um país de leitores.
Cerca de 95% das crianças recebem educação primária ou secundária. Em 1994, apenas 15% da
população era analfabeta.
(LAR)
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